> Comunicação Organizacional Verde: janeiro 2017

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Prato de comida pode custar 100 vezes mais nos países em desenvolvimento

Fonte: Rádio ONU

Comparação é feita com o preço médio de uma refeição simples em nações ricas; Programa Mundial de Alimentos divulga dados às vésperas de encontro dos líderes mundiais no Fórum Econômico de Davos.


Um malauiano precisa gastar 41% da sua renda diária. Foto: PMA


Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.

Moradores  de países em desenvolvimento estão pagando até 100 vezes mais por um prato básico de alimentos, na comparação com o preço gasto por moradores de países ricos.

A análise foi feita pelo Programa Mundial de Alimentos, PMA. No caso dos mais vulneráveis, que vivem em zonas de conflito, a diferença de preço por uma refeição simples pode ser até 300 vezes maior.

Feijão


Se for medida qual porcentagem o custo de uma refeição representa na renda média diária de uma pessoa, é possível afirmar que um morador do Malauí paga muito mais caro do que um habitante da Suíça para se alimentar.

Para poder comer uma tigela de feijão cozido, um malauiano precisa gastar 41% da sua renda diária. Já um suíço gasta 0.41% de sua renda pelo mesmo prato, o que representa menos de 1 dólar.

Direito de todos


Pela comparação da agência da ONU, a refeição no Malauí sai 100 vezes mais cara do que na Suíça. Mas numa cidade sitiada na Síria, como Deir Ezzor, o custo de um prato de feijão é maior do que a verba diária de um morador.  Já na Índia ou na Nicarágua, o preço chega a ser entre 10 a 15 vezes mais alto do que na Suécia.

O alerta do PMA está sendo feito às vésperas do Fórum Econômico Mundial, em Davos, que ocorre entre os dias 17 e 20 de janeiro. A ideia é mostrar aos líderes as distorções no poder de compra dos ricos e dos pobres e lembrar que alimentos nutritivos e acessíveis do ponto de vista econômico devem ser um direito de todos.

Desperdício


Segundo a agência, as refeições custam muito alto em países pobres devido a problemas de estocagem, de transporte e de distribuição, além da pouca variedade nas plantações, baixo acesso dos agricultores a mercados e falta de preparo para lidar com mudança climática e conflitos.

O PMA acredita que medidas firmes são essenciais para mudar esse cenário, desde a diversificação das colheitas até a redução do desperdício de comida. A agência vai continuar a ampliar a sua nova base de dados, batizada de "Refeição Quente", para incluir dezenas de países.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Até ex-CEO da Exxon abandonou grupo que nega mudanças climáticas

Fonte: Exame.com

O ex-CEO de uma das maiores empresas de combustíveis fósseis do mundo reconheceu que o dióxido de carbono adicional está aquecendo o planeta

Por Eric Roston, da Bloomberg 

Secretário de Estado de Donald Trump, Rex Tillerson, dia 11/01/2017
Tillerson: “É importante que os EUA mantenham seu lugar na mesa em relação à forma de combater a ameaça das mudanças climáticas" (Kevin Lamarque/Reuters)

Washington – O secretário de Estado nomeado dos EUA, Rex Tillerson, discorreu brevemente sobre sua posição a respeito das mudanças climáticas na audiência de confirmação no Senado, em Washington, na quarta-feira.

O ex-CEO de uma das maiores empresas de combustíveis fósseis do mundo reconheceu que o dióxido de carbono adicional está aquecendo o planeta, mas deixou no ar uma ambiguidade suficiente para manter as plataformas de petróleo operando.

Sua avaliação sobre o risco climático e a situação da confiança científica nas mudanças climáticas causadas pelo homem diferem das descrições mais autorizadas do problema, como os relatórios recentes do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU, ou IPCC, que afirmam:

“É extremamente provável que a influência humana tenha sido a causa dominante do aquecimento global observado desde meados do século 20. A evidência disso cresceu, graças a mais e melhores observações, uma compreensão melhorada da resposta do sistema climático e melhores modelos climáticos.”

Tillerson, 64, pareceu se distanciar um pouco da promessa do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de anular o Acordo de Paris, fechado por 195 países para reduzir as emissões globais.

“É importante que os EUA mantenham seu lugar na mesa em relação à forma de combater a ameaça das mudanças climáticas, que exige uma resposta global”, disse Tillerson. “Nenhum país resolverá isso sozinho.”

Não é impossível que um governo republicano apoie uma declaração como essa mesmo depois de abandonar o Acordo de Paris.

O ex-CEO da ExxonMobil preferiu não comentar as posições passadas da gigante do petróleo sobre as mudanças climáticas — porque, disse aos senadores, não as conhece (apesar de ter trabalhado na empresa durante quatro décadas) e não desejava fazê-lo.

Não se sabe ao certo se a ExxonMobil enfrentará sanções legais ou dos investidores devido às investigações sobre o que a empresa sabia e quando.

Mas as declarações refletem a evolução da ExxonMobil sobre o tema desde sua primeira pesquisa, quando Tillerson estava começando na empresa, até o fim dos anos 1990, quando os interesses dos combustíveis fósseis organizaram uma campanha para confundir a massa.

Nos anos 1970 e 1980, memorandos internos da companhia ecoavam as conclusões da comunidade científica como um todo: de que o mundo está esquentando e que as emissões de CO2 são as prováveis culpadas, segundo investigações independentes realizadas em 2015 pelos veículos Inside Climate News e Los Angeles Times.

As nuances nas declarações de quarta-feira de Tillerson permitem que sua posição, sem detalhamento, signifique muitas coisas, por exemplo, seu comentário de que os modelos de computação que projetam possíveis caminhos para o clima têm valor limitado.

“O risco de mudança climática existe e as consequências podem ser sérias o suficiente para justificar a tomada de uma ação”, disse ele.

EUA acusam Fiat Chrysler de fraude em controle de poluição

Fonte: Jornal Nacional

Programa de computador altera emissões de gases poluentes.
Equipamento foi instalado em caminhonetes a diesel.


Os Estados Unidos acusaram a montadora Fiat Chrysler de esconder a existência de um programa de computador que altera as emissões de gases poluentes.

A Agência de Proteção Ambiental americana diz que pelo menos cem mil carros produzidos no país nos últimos três anos emitiam gases poluentes acima dos limites permitidos por lei.

Os chamados óxidos de nitrogênio podem causar enfisema, bronquite e outras doenças respiratórias. A empresa é acusada de mascarar as emissões usando um truque sofisticado.

A Fiat Chrysler não informou às autoridades que tinha instalado programas de computador em dois modelos de caminhonetes a diesel. De acordo com a investigação, o software percebia quando o carro estava sendo vistoriado e controlava a emissão dos óxidos de nitrogênio. Uma vez aprovado, o carro passava a emitir quantidades muito maiores desses gases.

O caso é muito parecido com o escândalo envolvendo a Volkswagen, que na quarta-feira (11) fez um acordo com a Justiça americana e vai pagar mais de US$ 4 bilhões de multa.

O presidente da Fiat Chrysler, Sergio Marchionne, disse que a empresa agiu dentro da lei.

O processo vai ser julgado já no governo de Donald Trump, e o futuro diretor da Agência de Proteção Ambiental, Scott Pruitt, ligado ao lobby do petróleo, defende a flexibilização das leis federais de meio ambiente.