> Comunicação Organizacional Verde: agosto 2014

sábado, 30 de agosto de 2014

O fim da era do desperdício


Por Mariana Barros

Em duas décadas, diz o economista Gesner Oliveira, em boa parte do planeta faltará água. Para evitar que isso ocorra, há apenas dois caminhos: diminuir o desperdício e aumentar a reutilização



Grandes regiões metropolitanas do mundo podem enfrentar problemas graves de falta de água. O Brasil não está livre desse risco. Para o economista Gesner Oliveira, Ph.D. pela Universidade da Califórnia em Berkeley e presidente da Sabesp entre 2007 e 2010, há duas medidas urgentes a ser tomadas para evitar que a situação atinja o nível de calamidade. A primeira é combater o desperdício. No Brasil, 37% da água tratada é desperdiçada e nem sequer chega às torneiras. A segunda é ampliar a reutilização da água, prática comum nos países que são modelo em abastecimento.

Lailson Santos
É inevitável que o mundo sofra com a escassez de água no futuro?
Se medidas urgentes não forem tomadas, é quase certo que tenhamos um problema de saneamento e de abastecimento muito grande já daqui a duas décadas. Não que a água do planeta vá acabar, claro, mas haverá problemas sérios de falta de mananciais utilizáveis nas regiões urbanas. O planeta vive um ritmo de urbanização intenso, em especial na Ásia e na África. Para lidar com isso, é preciso reduzir a perda de água tratada e reutilizá-la cada vez mais. Temos de romper com aquele paradigma da Antiguidade, quando os povos poluíam rios e açudes e iam buscar água cada vez mais longe. Essa prática, que deu origem a lindos aquedutos que ficaram para a história, não é mais viável em um planeta habitado por mais de 7 bilhões de pessoas.

O crescimento da população é a principal ameaça ao abastecimento?
Não. O que ocorre é que, de um lado, vemos uma urbanização crescente, com o surgimento de macrometrópoles formadas sem o devido planejamento. De outro, observamos o aumento da população da classe média nas economias emergentes. Isso significa que quem não consumia passou a consumir, o que aumenta a pressão sobre o sistema energético e de abastecimento. Existe ainda a questão ambiental. Desmatamentos às margens dos rios contribuem para que estes sequem. E há áreas onde os lençóis freáticos foram tão sobrecarregados que elas agora correm o risco de se tornar desérticas. Na Cidade do México, onde a água subterrânea é muito usada, isso já é uma realidade.

Em São Paulo também se vive um temor de racionamento. O governo falhou em seu planejamento? Subestimou a estiagem?
O fenômeno da estiagem tem sido tão intenso que dificilmente estaria no radar de qualquer governo ou empresa de saneamento. Mas, olhando as dificuldades climáticas que vêm ocorrendo na Califórnia e na África, por exemplo, é fundamental que comecemos a pensar numa mudança para valer - e não me refiro aqui a um plano de dois ou três anos. Falo de mudanças profundas, para os próximos vinte ou trinta anos.

Que tipo de mudanças?
O Brasil desperdiça muita água tratada. Nossa perda média é de 37%. Se o país fosse uma padaria, significaria que, de cada dez pãezinhos assados, estaria jogando 3,7 fora. É muita coisa, sobretudo para uma mercadoria tão vital. Há estados com taxas piores. No Amazonas, as perdas chegam a 70%. No Recife, em Manaus e nos municípios paulistas de Cajamar, Caieiras e Francisco Morato, o desperdício é superior a 40%. A perda média da Sabesp é de 26%, bem menor que a média nacional. Para 2019, a meta é reduzir a taxa para 17%. Ainda assim, ficaríamos acima do padrão internacional considerado bom, entre 10% e 15%.

O que causa tanto desperdício?
Há dois motivos principais. Um é físico. Quando ocorre vazamento em uma adutora, ou mesmo na rua, a água até é reabsorvida pelo solo, mas a um custo muito alto, uma vez que já havia sido tratada, transportada e foi perdida. Jogam-se fora os produtos químicos, a mão de obra e a energia que ela consumiu. Vai tudo literalmente pelo ralo. O outro motivo é comercial. O chamado "gato" não é uma prática destinada a furtar só energia elétrica. Existe o "gato" hidráulico também. Vemos com muita frequência uma tubulação batizada de "macarrão". Em geral, é um sistema muito malfeito e permeável, portanto contaminável, e que às vezes cruza o esgoto. Essa estrutura permite roubar água das companhias fornecedoras. Em alguns casos, esse tipo de furto chega a representar metade das perdas das empresas.

É possível chegar ao desperdício zero?
Não é vantajoso, é antieconômico. Zerar o desperdício tem um custo que não justifica a economia feita. No Japão, dado o custo e a escassez da água, vale a pena investir em perda zero - em Tóquio, menos de 5% da água tratada vai embora sem ser usada. Quando eu estava na presidência da Sabesp, ficava constrangido ao conversar com técnicos japoneses sobre os números brasileiros. Mas o Brasil tem uma enorme margem para melhorias, devido ao tamanho da sua ineficiência. É natural que estejamos discutindo o uso da reserva técnica do Sistema Cantareira, em São Paulo, e se vai chover ou não. Tudo isso é importante, são questões urgentes. O grande mérito desse debate, porém, é que ele vai contribuir para discutir estratégias de longo prazo.

E quais são as medidas fundamentais para garantir que não faltará água no futuro?
São duas. A primeira é a redução das perdas, por meio do aumento da eficiência. Ao abrirem a torneira, as pessoas precisam saber que estão usando um bem valioso. Há muito descaso com a água, talvez porque, das utilidades públicas, ela seja a mais barata. A segunda medida fundamental é ampliar a reciclagem da água que é consumida.

Como é feita essa reciclagem?
Hoje, existe no mundo um nível de tratamento tal que, ao fim dele, é possível beber a água que saiu da estação de tratamento de esgoto, ou seja, que passou pelo vaso sanitário. Pode parecer repugnante para muita gente, mas é como funciona em diversos países. E o método não tem relação com crises hídricas, tra­ta-se de uma medida usual em Israel, por exemplo. Fui lá conhecer essa experiência e posso dizer que não é uma tecnologia de outro planeta. No caso dos israelenses, compensa. Eles não têm muitas opções de captação e estão no meio do deserto. Mas pense no Brasil. Muito da água que bebemos vem de mananciais relativamente poluídos e que passam por tratamento. Algumas captações, como as dos rios Jundiaí ou Juqueri, e mesmo as das represas Billings e Guarapiranga, trazem uma água bruta, que faria passar mal quem a tomasse. Mas, depois de tratada, fica perfeita.

Qual a qualidade da água que chega pela torneira no Brasil?
Posso dizer que, em São Paulo, se a sua caixa-dágua for bem cuidada, não há nenhum risco ao tomar água da torneira. Pode não ser muito agradável porque ela talvez não tenha a mesma limpidez da água engarrafada, que cria no consumidor a ideia de que ele está tomando algo mais puro. Pode haver diferença de coloração e até de cheiro, mas, tecnicamente, trata-se de uma água boa. Embora seja levada muito em conta, a aparência não é importante. Em muitas localidades dos Estados Unidos, por exemplo, a água atende a todas as exigências de saúde, mas não tem coloração agradável.

Se a água da torneira pode ser bebida, o fato de a usarmos nos banheiros, por exemplo, não é também um desperdício?
Sim. A água adequada ao consumo humano é a mesma que usamos no banheiro ou para lavar a rua depois de uma feira. Mas para essas finalidades, digamos, menos nobres, a Sabesp mantém caminhões de água de reúso, que é água reciclada. Para lavar a rua, por exemplo, ela não precisa ter as características químicas exigidas para o consumo humano. O Metrô tem um contrato para a lavagem dos vagões que também estabelece o emprego do mesmo tipo de água. No tratamento-padrão, a água passa por desinfecção, para que microrganismos sejam retirados; coagulação, para que impurezas sejam removidas e deixadas em suspensão; e depois pelas fases de floculação, decantação, filtração e correção do pH. No Brasil, ainda se adiciona flúor, muito eficaz para controlar cáries. Claro que não é necessário acrescentar flúor à água usada para lavar as ruas. Essas medidas de reúso são fundamentais, mas ainda estão em fase inicial. Temos muito que avançar.

Seria possível fazer uma divisão do sistema de abastecimento, com uma rede de água nobre e outra menos nobre?
Sim. Isso reduziria os gastos com produtos químicos, energia e mão de obra. Por outro lado, seria preciso investir na construção dessa outra rede. O Brasil não chegou a esse ponto porque a produção de água de reúso ainda é de menos de 1%. Seria razoável que na próxima década ao menos um quarto da água consumida no país fosse de reúso.

O senhor falou que a água é a mais barata das utilidades públicas. Aumentar a tarifa é a solução?
A solução passa menos por aumentar tarifas e mais por estabelecer regras de uso que obedeçam a critérios técnicos, e não a conveniências políticas. É preciso que o assunto seja regulamentado por um órgão independente e com excelência técnica para estimular o investimento e inibir o populismo. Vale o tripé: boa regulação, bom planejamento e boa gestão. Sem esses pilares, é difícil imaginar cidades saudáveis e recursos hídricos bem aproveitados. Para atrapalhar um pouco, há um raciocínio político muito perverso que diz que esse tipo de investimento não tem visibilidade e, portanto, os dividendos políticos que ele gera não são tão grandes quanto os que rendem a construção de um viaduto, por exemplo. O grande segredo é mudar esse raciocínio e criar dividendos políticos investindo no saneamento. Ao mesmo tempo, é preciso estabelecer penalidades para políticos que deixarem a questão de lado.

A escassez de água traz também o medo do racionamento de energia, já que nossa matriz é hidrelétrica. Como evitar que isso aconteça?
Algumas medidas sinalizam possíveis caminhos a seguir. Um deles é reduzir o gasto energético do próprio sistema de abastecimento, já que o bombeamento é uma das coisas que mais consomem energia. Outra possibilidade é aproveitar a engenharia de captação de água para gerar energia. Os diferentes níveis entre as represas permitem a criação de pequenas centrais hidrelétricas. Há uma no Sistema Cantareira. Ela gera 7 megawatts, o que é pouco, mas indica um caminho. No tratamento de esgoto há geração de gases úteis na produção energética, como o metano. Além disso, o lodo originado nesse processo pode ser usado nas termelétricas e também como matéria-prima na construção ci­vil, por exemplo, na fabricação de tijolos.

É possível produzir água em laboratório?
Até onde conheço, não é um grande investimento. Os cientistas têm se voltado mais para as pesquisas de dessalinização, cujo custo vem diminuindo. Em alguns países, como a Espanha, esse tipo de abastecimento já é um importante plano B. Nas épocas do ano em que chove menos, utiliza-se mais essa água dessalinizada.

Existe algum país que sirva de modelo para o Brasil?
As peculiaridades são tantas que é difícil dizer, mas acho que esse país seria o Canadá, por ter a mesma dimensão continental e uma hidroeletricidade importante. Israel, Japão, Espanha, Austrália e Singapura também poderiam servir de inspiração - têm experiências muito positivas de saneamento e reúso.

Há um limite de vezes em que a mesma água pode ser reaproveitada?
Não, veja que maravilha. A não ser que os mananciais estejam muito poluídos. Nesse ponto, começam os problemas. Eles se tornam inúteis e há um processo de desertificação. Ou então o solo perde a capacidade de absorção e ocorrem enchentes. Na China, já é um problema sério. O consumo explodiu e a preocupação ambiental não acompanhou a economia. Já a Coreia do Sul venceu a poluição e teve experiências bem interessantes ao desenterrar rios e córregos antes canalizados. Foi uma espécie de reurbanização, cujo símbolo é o Rio Han, que renasceu.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Bancos redefinem as estratégias

Fonte: Valor Online

Por Maria Alice Rosa

Bancos querem fortalecimento do papel de fomentador de projetos ambientalmente responsáveis


Portugal: "Se você quer alocação maior de recursos para a economia verde, isto precisa estar refletido nos preços"


Representantes do sistema financeiro nacional estiveram reunidos neste mês em um seminário realizado em São Paulo para conhecer o primeiro mapeamento feito no Brasil sobre a participação do setor na economia verde.  O trabalho mostrou, entre outras conclusões, que o segmento de financiamentos e empréstimos é o mais avançado na análise de riscos ambientais, enquanto na área de investimentos o processo está em fase de desenvolvimento e, na de seguros, o momento ainda é de discutir como integrar a questão aos negócios.  Com a visualização do próprio perfil, o setor busca uma base para definir sua estratégia de alinhamento ao desenvolvimento sustentável e de fortalecimento do papel de fomentador de projetos ambientalmente responsáveis.

O mapeamento, composto de três estudos, faz parte de uma pesquisa mundial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) com objetivo de reunir propostas para a construção de um sistema financeiro sustentável em âmbito global.  A consulta é coordenada no Brasil pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que contou com a parceria do Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no trabalho.  Uma das percepções é de que será necessário um trabalho conjunto, em que as políticas públicas reflitam o interesse do país em promover - e acelerar - a transição, contribuindo para derrubar barreiras, como a falta de marcos regulatórios bem definidos e a consequente insegurança jurídica, e criando incentivos.

"Se você quer ter uma alocação maior de recursos para a economia verde, isto precisa estar refletido nos preços. O governo pode, através de tributação, por exemplo, procurar tornar mais caros produtos nocivos ao meio ambiente e menos caros os que são positivos. Isto fará aumentar o núcleo de empresas com produtos positivos, ampliando o fluxo de recursos para este núcleo. E o setor financeiro vai financiar isto", diz o presidente da Febraban, Murilo Portugal.

A identificação de alternativas que tornem os negócios da economia verde realmente competitivos - pelo risco-retorno que oferecem e não em teoria, por serem menos nocivos - é um dos objetivos do mapeamento, cujos estudos estarão expostos para consulta pública no site da Febraban até setembro. A pesquisa, por ser a primeira, encontrou limitações como a falta de uniformidade - e, portanto, comparabilidade - das informações entre as instituições, e a baixa disponibilidade de dados quantitativos sobre processos e produtos voltados para a economia verde.

Conforme o levantamento, 100% das operações de financiamentos para pessoas jurídicas feitas hoje no país passam por algum filtro de análise de risco, de forma transversal, por conta de políticas e processos adotados pelas instituições.  Em dezembro de 2013, data-base da pesquisa, este mercado totalizou R$ 1,4 trilhão.  Os volumes ficam menores quando essas análises ficam mais específicas, como as que envolvem concessões com base nos Princípios do Equador - critérios do Banco Mundial para a concessão de crédito -; ou processos e políticas de risco socioambiental para setores de alto risco; setores da economia verde com base na classificação do Pnuma; ou produtos e serviços específicos para a área socioambiental.

"As análises de concessão de financiamentos já incorporaram o risco ambiental. O desafio agora é levar isso com a mesma intensidade para as áreas de investimentos e seguros", diz o diretor de relações institucionais da Febraban, Mário Sérgio Vasconcelos. Em investimentos, 62% dos ativos sob gestão no mercado de fundos de pensão são de signatários dos Princípios para o Investimento Responsável (PRI), iniciativa de investidores em parceria com o Pnuma, enquanto entre gestores de recursos de terceiros o índice é de 56%.

Em ambos os casos, no entanto, não foi possível calcular quanto dos recursos já está incorporado na avaliação de riscos socioambientais nas decisões de investimento. Em seguros, embora haja um forte engajamento aos Princípios para Sustentabilidade em Seguros (PSI) e PRI, esse conhecimento ainda não encontrou meios práticos para ser traduzido em investimentos, produtos e serviços.

sábado, 23 de agosto de 2014

Rio Natureza, evento educativo e ambiental, será realizado no Jardim Botânico e terá entrada gratuita

Fonte: O Globo

 

Programação, que inclui visitas guiadas, será das 9h às 16h, neste fim se semana e no próximo

RIO - O projeto Rio Natureza, uma ação educativa e ambiental patrocinada pela Brasil Kirin, realizada pelo jornal O GLOBO, com o apoio do Jardim Botânico, está sendo realizado neste fim de semana e no próximo, no parque da Zona Sul carioca. O objetivo é proporcionar, a adultos e crianças, mais conhecimento e integração com a natureza, criando uma cultura de preservação ambiental, aproveitamento inteligente de recursos naturais e bem-estar pessoal.

O projeto no Jardim Botânico terá visitas guiadas e oficinas, que irão explorar não só a beleza e a biodiversidade do local, mas também os seus espaços temáticos. A proposta é ampliar o contato dos visitantes com o meio ambiente em experiências, inclusive, sensoriais.

Toda a programação do Rio Natureza tem entrada franca e acontece das 9h às 16h, deste sábado e domingo, e nos dias 30 e 31 deste mês. Entre as atividades, há visitas guiadas por todo o Jardim Botânico, ao Jardim Sensorial e ao Cactário, além de oficinas de plantio de mudas e cultivo de cactos.

Para participar das visitas guiadas, basta fazer a inscrição pelo telefone (21) 3627-0029, das 10h às 18h, entre os dias 27 e 30. São 225 vagas por dia. Os interessados também poderão se inscrever no próprio Jardim Botânico, nos dias em que o projeto será realizado, caso ainda haja vagas. As oficinas de plantio não têm inscrição prévia.

Mais informações no site www.oglobo.com.br/projetos/rionatureza.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Plástico verde coloca Braskem entre as 50 empresas mais inovadoras do mundo

Fonte: EcoD


polietileno-verde-braskem.jpg
Polietileno verde da Braskem é proveniente da cana de açúcar, em vez de petróleo
Foto: Divulgação

O processo de convertimento do etanol produzido a partir da cana de açúcar em eteno, matéria-prima do polietileno de origem renovável, rendeu a Braskem um lugar entre as 50 empresas mais inovadoras do mundo no ranking da revista FastCompany, uma das principais revistas especializadas em economia e inovação dos Estados Unidos.

Líder mundial na produção de biopolímeros e maior produtora de resinas nas Américas, a Braskem é a única empresa brasileira na lista, onde ocupa o 41º lugar. No mesmo levantamento encontram-se gigantes como Google, Twitter e Netflix.
Recebemos este reconhecimento pelo trabalho de pesquisa em produtos de origem renovável, o plástico verde. Para apoiar nossas pesquisas, temos um Centro de Inovação & Tecnologia, que conta com duas unidades localizadas no Brasil e nos Estados Unidos, com 340 cientistas, pesquisadores, entre outros profissionais", destaca a Braskem.


fast-ecod.jpg "Eu sou Verde"


"Há mais de 100 anos o plástico faz parte das nossas vidas. Para nós da Braskem, é motivo de orgulho inovar a partir de um produto secular e descobrir processos e soluções que tornam o mundo mais sustentável. O reconhecimento trazido pela revista FastCompany traduz o firme propósito desse constante esforço na busca do crescimento pela inovação de nossos produtos que melhoram a vida das pessoas", acrescenta a companhia brasileira.

Como o plástico verde tem as mesmas características químicas de um convencional, pode ser processado na mesma máquina e reciclado de modo igual. A FastCompany também citou o selo "Eu sou Verde" que a Braskem oferece às empresas que utilizam o seu plástico renovável - entre elas Walmart e Johnson & Johnson - e a reformulação do portfólio empreendida pela companhia ao longo de seus dez anos.

Quem é a FastCompany?


Com sede em Nova York (EUA), a revista FastCompany é uma publicação da Mansueto Ventures LLC, uma das principais empresas de mídia dos Estados Unidos.

Tida como a revista de negócio mais inovadora e contemporânea, a publicação avalia milhares de companhias com base no impacto de suas inovações no mundo real, estratégias criativas, tomada de risco e execução de projetos para formar anualmente uma seleta lista de apenas 50 empresas.

Conheça no vídeo abaixa como funciona a tecnologia da Braskem:



quarta-feira, 20 de agosto de 2014

População já usou todos os recursos naturais da Terra disponíveis para este ano

Fonte: Extra

A partir de hoje, a Terra não consegue mais repor os recursos naturais Foto: NASA / Divulgação
Extra

A partir desta quarta-feira, 20 de agosto, estamos em débito com a Terra. Todos os recusos naturais utilizados pelos humanos não serão mais repostos pela natureza. A análise é da ONG americana Global Footprint Network, que mede a “pegada ecológica” global - área de terra necessária para sustentar o consumo e o desperdício do ser humano.

Neste ano, levamos apenas oito meses para esgotar os recursos naturais previstos para 2014. Para dar conta de tanto consumo, seria necessário um planeta Terra e meio. O Dia da Sobrecarga da Terra é divulgado pela instituição há quatorze anos. A cada ano, a humanidade acelera a exploração dos recursos.

Ano passado, esse limite foi batido no dia 20 de agosto. Neste ano, o Dia da Sobrecarga foi em 19 de agosto. Em 2000, quando a pegada global começou a ser medida pela GFN, a data foi 01 de outubro.

Entram no cálculo, além do consumo de água, por exemplo, o desmatamento, a erosão do solo, perda de biodiversidade e o aumento e acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera.

"O uso dos recursos naturais acima da capacidade da Terra está se tornando um dos principais desafios do século 21. É um problema tanto ecológico quanto econômico", afirma Mathis Wackernagel, presidente da Global Footprint Network e co-criador da métrica de cálculo da Pegada Ecológica. "Países com déficits de recursos e baixa renda são excepcionalmente vulneráveis. Até mesmo países de renda per capita alta, que têm a vantagem financeira de se bloquearem dos impactos mais diretos da dependência de recursos, precisam saber que uma solução a longo prazo necessita abordar essas dependências antes que se transformem numa situação de crise econômica."

De acordo com a GFN, 86% da população mundial vive em países que demandam mais da natureza do que seus próprios ecossistemas podem renovar. A China, por exemplo, precisaria de mais vinte países com o mesmo tamanho para dar conta de tanto consumo.

Felizmente, Brasil, Austrália, Nova Zelândia e Finlândia são alguns dos países que ainda conseguem ficar “no azul” com a natureza, graças à sua biodiversidade. Mas a regra vale para todos: nada de desperdício. Que tal aproveitar e medir a sua pegada ecológica? Use o resultado e evite o desperdício todos os dias do ano. O planeta agradece.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Balanço verde


Grupos empresariais investem em relatórios anuais que contemplam maior transparência e ações sustentáveis


Por Juliana Facchin
Divulgação/O Boticário
Divulgação/O Boticário / Grupo Boticário montou a ação chamada 'Iniciativa de Gestão de Sustentabilidade para Fornecedores'
Sustentabilidade deixou de ser apenas uma palavra da moda - seja na TV, em jornais, revistas ou portais informativos. Ela ganhou o cotidiano das pessoas, está nas rodinhas de batepapo de donas de casa, e até diaristas, mais conscientes, começaram a lavar menos as suas calçadas e estão aprendendo a separar o reciclável do orgânico no lixinho da cozinha. Essa responsabilidade sustentável que vem sendo semeada, boa parte graças ao aumento do debate sobre o assunto, faz que a sociedade se torne uma consumidora mais verde; ou seja, ela vem aprendendo a escolher seus produtos e serviços com mais critério. Uma empresa sem ética e sem preocupação com o ambiente tem perdido crédito até com investidores. "A sustentabilidade está presente em diversos processos do negócio de cadeia e de valor dos grupos empresariais", resume Malu Nunes, gerente de responsabilidade social corporativa e sustentabilidade do Grupo Boticário.

Hoje em dia, para ser considerado um modelo de organização, a empresa precisa ser socialmente responsável, minimizar seus impactos ambientais e manter uma boa relação com seus stakeholders. Uma pesquisa recente realizada pela Deloitte com 390 executivos de todo o mundo revelou que 76% dos representantes acreditam que o valor de uma empresa deve ser medido pela contribuição positiva que ela faz para a sociedade e não apenas por seus lucros. É nesse cenário que os relatórios de sustentabilidade ganham cada vez mais espaço, pois, além de ferramenta de comunicação e transparência, eles atuam como um instrumento de gestão estratégica de ações para o futuro.

Mas por que esses relatórios são tão importantes? Quanto se deve investir? O que deve conter para fazer a diferença para a empresa? Segundo Estevam Pereira, jornalista e sóciodiretor da Report Comunicação (consultoria em sustentabilidade que tem entre seus clientes Natura, Braskem, Corinthians, Grupo Estado, Redecard, BM&FBovespa e, inclusive, a Conferência Rio +20), para que um relatório tenha sucesso é fundamental a presença de informações sobre o passado, o presente e o futuro da empresa. "Por passado entenda-se os indicadores de desempenho econômico-financeiros e socioambientais, por presente, os riscos e as oportunidades do negócio, os temas que são críticos para o sucesso (ou o fracasso) da empresa; e por futuro, as metas que ela estabelece para melhorar o seu desempenho ou enfrentar as questões críticas do negócio", revela Pereira, que também integrou a equipe de validação das diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI) para o português. A GRI é a diretriz mais utilizada no mundo para elaboração de relatórios de sustentabilidade.
O investimento e o conteúdo podem variar de acordo com o que a empresa procura e deseja atingir. "Com relação a preço, pode variar de R$ 150 mil a R$ 900 mil. Com conteúdo é a mesma coisa. Já vi relatórios com 500 páginas, como o da BHP Billinton, e outros com 40 páginas, por exemplo. Esse número reduzido de páginas pode ser considerado ainda uma evolução no formato e também no combate do discurso corporativo vazio", esclarece.

A apresentação desses relatórios também faz a diferença. Os modelos mais comuns são impresso, em uma versão muitas vezes reduzida, e on-line. Mas há espaço para inovação. "Alguns relatórios foram transformados em filmes, páginas da internet, aplicativos interativos, CD de áudio, PDF, enfim, a busca do formato também é um grande desafio", garante o professor Marcus Nakagawa, sócio-diretor da Setor i - empresa de gestão integral para o terceiro setor e os pequenos empreendedores empresariais, que tem entre os clientes o Ministério da Cultura, a Oficina de Comunicação e o Centro de Estudos de Mídia, Entretenimento e cultura (Cemec) - e diretor-presidente da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade (Abraps).

Mas levanta um alerta em relação ao formato: "Não adianta uma empresa possuir um belíssimo relatório, muito bem redigido, e as informações não estarem condizentes ou traduzindo a realidade dos relacionamentos com os públicos envolvidos. Esse instrumento é somente uma parte de um processo de diálogo com os stakeholders para que a empresa busque o efetivo desenvolvimento sustentável", explica.

A linguagem é outro elemento que faz toda a diferença para que o relatório atinja todos os públicos, inclusive a imprensa. "Se fossem mais concisos, com uma linguagem mais próxima, os relatórios gerariam muitas pautas para formadores de opinião", afirma a professora Vivian Blaso, diretora da agência de Relações Públicas Conversa Sustentável.

"Seria super importante que existisse uma formação mais adequada para a imprensa conseguir ler e entender a lógica dos relatórios e o seu processo, além de treinamento para que o jornalista vá atrás da informação e verifique a veracidade e a real transparência da empresa", reforça Nakagawa.

Uma das soluções para melhorar a visão da mídia a respeito dos relatórios, a ponto de serem geradores de pautas, seria a capacitação sobre o assunto. No mercado, há opções oferecidas pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) e o UniEthos, por exemplo.

O curso preparado pela Aberje aborda as vantagens e técnicas dos relatórios de sustentabilidade com o modelo mais utilizado no mundo, o GRI. Neste ano, haverá novas turmas em setembro (São Paulo) e outubro (Rio de Janeiro). O investimento para dois dias de curso é de cerca de R$ 2 mil para não associados da Aberje e as inscrições podem ser feitas pelo site da associação. Além desse curso, a Aberje, em parceria com a Natura, também já ofereceu um workshop dedicado a jornalistas, que contou com a participação de 45 profissionais de veículos como Folha de S. Paulo, Valor Econômico, Época Negócios, Jornal DCI, TV Gazeta, Envolverde, Rádio Record, Estadão e TV Cultura.

Já a parceria entre o UniEthos, o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVces) e a BSD foi a primeira do mundo a alcançar o credenciamento da GRI para ofertar o curso com certificação dessa organização. O primeiro curso aconteceu em abril de 2008 - dois meses após a certificação da GRI. Apesar da parceria inicial, desde 2010 o UniEthos oferece o curso separadamente das duas outras entidades. Vale a pena lembrar que esses cursos não são específicos para jornalistas e sim para todos que trabalham diretamente com relatórios de sustentabilidade e tenham interesse em aprender ou aprofundar os conhecimentos no tema.

 

BELEZA SUSTENTÁVEL


Criada há mais de 20 anos - época em que a consciência e a preservação como forma de sustentabilidade ainda não eram assuntos tão debatidos , a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é até hoje um dos exemplos de engajamento do Grupo, que reúne ainda as unidades de negócios O Boticário, Eudora e Skingen Inteligência Genética. "O Grupo Boticário fundamenta seu crescimento em valores sólidos, em que está inserida a preocupação com o meio ambiente e sua preservação, além do desenvolvimento social, gerando valor não só para a empresa, mas também para toda a sociedade", explica Malu Nunes, gerente de responsabilidade social corporativa e sustentabilidade do Grupo Boticário.

"Além da Fundação, temos a Iniciativa de Gestão de Sustentabilidade para Fornecedores, que incentiva a reflexão e adoção de práticas sustentáveis, o engajamento de stakeholders, gerenciamento de riscos, entre outros", afirma a gerente, ao observar que o relatório reflete a somatória de todas essas atividades, que têm tido reconhecimento externo. Prova disso foi o recente Prêmio Lide de Sustentabilidade, que reconhece empresas brasileiras ou estrangeiras que tenham projetos de sustentabilidade com padrões de excelência que vão além do exigido pelas legislações e convenções sociais, e também pelo destaque da inserção do tema na estratégia e cultura da organização.

O Grupo Boticário formalizou seu primeiro Relatório de Sustentabilidade na metodologia GRI em 2010, ano de criação do Grupo. Em 2009, a publicação se referia apenas à unidade de negócio O Boticário, que anteriormente relatava as ações em diferentes formatos e metodologias. A última versão impressa relatada teve 74 páginas e o formato on-line pode ser consultado no site: http://hotsites.grupoboticario.com.br/sustentabilidade/.

CONTEÚDO


 Um assunto que não deve ser esquecido, além da capacitação do profissional, é a qualidade do conteúdo desses relatórios. "Os relatórios atuais precisam melhorar na questão de materialidade, ou seja, falar de temas que sejam importantes para a empresa e para os stakeholders também. Eles já melhoraram muito comparando com os últimos três ou quatro anos, mas ainda têm muito a evoluir", opina Glaucia Térreo, coordenadora das atividades da GRI no Brasil. Ela pontua ainda os motivos que fazem cair a qualidade desses materiais: a falta de entendimento do que é um relatório, a própria metodologia e a imaturidade dos stakeholders locais. "Os relatórios são ferramentas de gestão, mas encontramos muitos com cara de 'propaganda'.

Além disso, a comunidade local deveria interagir mais com as empresas por meio desses relatórios", diz Glaucia.

Outro problema pode ser a repetição de informações. "Como as empresas declaram anualmente, há a grande possibilidade de serem repetitivos, pois diversas ações socioambientais das empresas são de médio e longo prazo, o que torna a sua releitura cansativa e prolixa ao longo do tempo. O que deve ser repensado é como relatar e produzir relatórios dinâmicos, de fácil leitura e que evitem a repetição de ações que já se tornaram parte da rotina das empresas", confirma o professor José Gonçales Junior, consultor em sustentabilidade empresarial e membro fundador da Rede de Inovação e Profissionais em Sustentabilidade.

O conselheiro de administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Carlos Eduardo Lessa Brandão, compartilha uma receita para melhoria dos relatórios atuais. "Os relatórios deveriam ter abordagem mais estratégica, sendo criteriosos na definição do que será relatado (materialidade), visando a um relatório mais objetivo e menos extenso; utilizar metas e mostrar a evolução ao longo dos anos; considerar a cadeia de valor da empresa nos relatórios e adotar auditoria externa independente para as demonstrações financeiras e para as informações não financeiras (de sustentabilidade)", descreve Brandão.

O importante é saber que os relatórios anuais de sustentabilidade devem virar, em pouco tempo, pré-requisitos para muitos investidores e também para os novos consumidores verdes. Todas as empresas, independentemente do porte ou setor, podem relatar suas ações sustentáveis. "Basta se perguntar o que quer ganhar com esse relato: reputação? Acesso a crédito e financiamento? Gerenciamento de risco? Atração e retenção de talentos? Depois é só seguir o fluxo normal de qualquer projeto 'plan, do, check, act'", conclui Glaucia Térreo, da GRI.

MODELOS A SEGUIR


 Com diversos prêmios e reconhecimentos, inclusive no rol das 100 corporações mais sustentáveis do mundo (Corporate Knights Inc.) em 2011, a Natura pode ser considerada como modelo a ser seguido. Desde 2001, a empresa divulga seus relatórios de sustentabilidade. O deste ano foi baseado na versão G3.1 (modelo atual), do GRI, com 36 páginas a menos do que a versão do ano anterior. "Além de sintetizarmos o número de páginas, estamos em um constante processo de evolução no formato de nossos relatórios, com uma linguagem menos formal e mais jornalística. Também disponibilizamos o conteúdo impresso e on-line, para todas as plataformas", informa Rodolfo Guttilla, diretor de assuntos corporativos da Natura. A próxima mudança será evoluir o relatório para a nova geração (G4) do GRI, que está em processo de desenvolvimento. Para ele, o grande diferencial é envolver todos os públicos na construção do relatório anual. "Há um engajamento de todos os públicos de interesse, inclusive das nossas revendedoras e comunidade. Abrimos a discussão e perguntamos o que gostariam de verem relatados. Isso é muito importante para ajudar a identificar o conteúdo desse material", reconhece Guttilla.

Além disso, a Natura também é uma das empresas que compõem a sétima carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa. Criado em 2005, o ISE é uma iniciativa pioneira na América Latina, que tem como objetivo funcionar como referência para o investimento socialmente responsável e atuar como indutor de boas práticas no meio empresarial brasileiro. "É o 4º índice de sustentabilidade do mundo. Todo ano mudamos a carteira e convidamos as 200 empresas mais líquidas para participar. Desse montante, são escolhidas no máximo 40. Neste ano, 38 empresas foram selecionadas", explica Sonia Favaretto, diretora de sustentabilidade da BM&FBovespa.

De acordo com ela, o ISE é apenas uma das iniciativas de ações de transparência da BM&FBovespA. Outra que também inclui a própria Natura é a de deixar pública, para quem quiser consultar, as respostas preenchidas no questionário de participação do ISE. "Das 38 empresas selecionadas, oito autorizaram a divulgação das respostas", afirma Sonia.

Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, a BM&FBovespa também aproveitou para apresentar os resultados da iniciativa "Relate ou Explique", que busca estimular as empresas listadas na bolsa a reportar aos stakeholders informações relacionadas à sustentabilidade. "Fizemos uma recomendação às empresas e ficamos contentes com o resultado, que apontou que 45,31% das empresas listadas relatam suas ações de sustentabilidade ou explicam o motivo de não fazerem isso", conta.

MAIS QUALIDADE


No momento em que os relatórios corporativos passam por grandes transformações, em questão de formato e linguagem, é importante levar em consideração a questão da inovação e da integração desses relatos. Foi o que apontou a pesquisa "Qualidade das informações - transparência e integração nas divulgações das companhias abertas", realizada pela Deloitte, com o apoio do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), entre profissionais de RI representantes de 42 empresas. De acordo com o estudo, 51% dos profissionais responsáveis pelas áreas de relações com investidores acreditam que os modelos dos relatórios corporativos das empresas precisam ser mais inovadores e integrados. Dessa mesma amostra, 31% responderam que as informações, apesar de serem suficientes, poderiam ter mais qualidade. Já outros 15% apontam que o acesso precisa melhorar, enquanto apenas 5% dizem que elas são suficientes. "O intuito da pesquisa foi analisar e apontar quais têm sido as tendências, as melhores práticas no mercado mundial e como as pessoas envolvidas na área de RI as compreendem no Brasil. O padrão que se tem visto segue na direção de relatórios integrados, que permitem unir diversos aspectos - como informações numéricas, dados de sustentabilidade, riscos da empresa, governança corporativa, entre outros", explica Ricardo Florence, diretor-presidente do Ibri.

Bruce Mescher, sócio-líder de Global IFRS and Offerings Services (GIOS) da Deloitte, acrescenta ainda que o Brasil está passando por um momento de grande chamada pela transparência e que, comparado com anos atrás, o país está bem-posicionado nesse quesito. "A quantidade de informações tem aumentado, as empresas de capital aberto estão sendo cada vez mais exigidas e o formato de relatório integrado, em breve, substituirá o modelo atual", conclui.

QUEM JÁ ADOTOU O RELATÓRIO VERDE


De um total de 448 empresas de capital aberto analisadas, 96 publicam relatórios de sustentabilidade ou similares (21,43%); 107 não publicam, mas explicaram por que não o fazem (23,88%) e 245 não se manifestaram (54,69%). Já das 94 empresas que compõem a carteira vigente do IBrX Índice Brasil (empresas com mais liquidez), 49 publicam relatório (52,13%), 22 empresas não publicam, mas se manifestaram (23,40%) e 23 das empresas não se manifestaram (24,47%). Todos os resultados estão disponíveis para consulta no site http://isebvmf.com.br/.

domingo, 17 de agosto de 2014

Instituto Akatu participa da 4ª edição da Virada Sustentável


Saiba mais e aproveite a programação com atividades sobre educação para a sustentabilidade e consumo consciente


 
Instituto Akatu participa da 4ª edição da Virada Sustentável, que acontece de 28 a 31 de agosto, na cidade de São Paulo, com uma programação repleta de atividades sobre educação para a sustentabilidade e o consumo consciente. Como parceiro desta edição, o Instituto colaborou do ponto de vista conceitual para sua realização, propôs atividades e participará também como agente de sensibilização em alguns pontos da programação. 

“Para o Akatu, ser parceiro da Virada Sustentável é contribuir para o fortalecimento de um movimento crescente de pessoas que individualmente ou a partir de suas instituições, organizações, escolas ou empresas querem transformar as cidades em lugares melhores para se viver”, afirma Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, que desde 2013 integra o Conselho Curador da Virada Sustentável. 

A programação do evento investe nas atividades sobre sustentabilidade com abordagens inovadoras e que inspirem as pessoas a criarem novos hábitos. “Ao realizar atividades lúdicas, com abordagens transformadoras, que toquem o coração das pessoas e as emocionem, conseguimos mostrar que sustentabilidade e consumo consciente representam qualidade de vida, sensação de pertencimento, cuidado, respeito consigo, o outro e o ambiente em que vivemos. Essas práticas estão intimamente ligadas à sociedade do bem-estar que estamos construindo”, reforça Mattar. 

O Akatu vai também dar visibilidade por meio dos seus meios de comunicação para atividades sobre consumo consciente que estão na programação da Virada Sustentável, além de participar da cobertura colaborativa via hashtag #viresuacidade. 

Confira as atividades já confirmadas do Instituto Akatu: (Programação sujeita a atualização até o início do evento) 

Roda de Conversa “Sonho e prática: como educar para estilos mais sustentáveis de vida?”
Quando: 29/08 (sexta-feira), das 15h às 17h, no Auditório da Escola São Paulo
Onde: R. Augusta, 2239 – Cerqueira César (Metrô Consolação)
Mapa: https://goo.gl/maps/xYxHo
Participantes convidadas: Silvia Sá, gerente de Educação do Instituto Akatu Ana Claudia Leite, coordenadora de educação do Instituto Alana Kelly Marchi, coordenadora do projeto Aprendendo com a Mata Atlântica, da Fundação SOS Mata Atlântica
Para se inscrever, basta preencher o formulário da Roda de Conversa “Sonho e prática: como educar para estilos mais sustentáveis de vida?”.

Estande do Edukatu – Rede de Aprendizagem para o Consumo Consciente
Quando: 30 e 31/08, das 10h às 17h, na Marquise do Parque da Juventude
Onde: Av. Cruzeiro do Sul, 2630 – Santana (Metrô Carandiru)
Mapa: https://goo.gl/maps/PtWe8
Estande de apresentação do projeto, com acesso ao Edukatu – o principal projeto de educação para crianças e jovens do Akatu – e materiais de sensibilização para consumo consciente e sustentabilidade.

Oficina Construindo escolas sustentáveis (na prática)
Quando: 31/08, das 10h às 15h, na Biblioteca de São Paulo
Onde: Av. Cruzeiro do Sul, 2630 - Santana (Metrô Carandiru)
Mapa: https://goo.gl/maps/zWtd7
O Instituto Akatu e Grupo Educação e Sustentabilidade realizam oficina de projetos em sustentabilidade com professores.
Para se inscrever, basta preencher o formulário da oficina Construindo escolas sustentáveis (na prática)

Onde você vai ver o Instituto Akatu também

Circuito Causa + Arte, promovido pela Virada Sustentável
Quando: De 28/08 até o fim de setembro Onde: no Parque do Ibirapuera
O Instituto Akatu é uma das organizações que terá sua causa representada por uma obra de arte que comporá o Circuito Causa + Arte. Com base no conteúdo de sensibilização e mobilização trabalhado pelo Akatu com o grande público, o artista paulistano Ise criou uma instalação interativa que estará exposta durante a Virada Sustentável e por mais um mês no Parque do Ibirapuera. O trabalho do artista circula pelo mundo e pode ser visto por muitas ruas de São Paulo. Atualmente Ise mistura natureza com o caos urbano em suas obras.

Armazém da Cidade, promovido pelo Catraca Livre
Quando: 30 e 31/08, das 11h às 19h, no Centro Cultural Rio Verde
Onde: R. Belmiro Braga, 119 – Vila Madalena
Mapa: https://goo.gl/maps/meqiG
Uma feira com produtos que tenham atributos da sustentabilidade será instalada no Centro Cultural Rio Verde durante o fim de semana da Virada Sustentável. O Instituto Akatu é parceiro do Catraca Livre nesta ação e sensibilizará o público com materiais que contribuam para que as suas escolhas de consumo sejam feitas de forma mais consciente.

Exibição de vídeos sobre consumo consciente e sustentabilidade
Quando: 30 e 31/08, durante a programação audiovisual da Virada Sustentável
Onde: Parque do Carmo, Largo da Batata e Praça Victor Civita
Os vídeos produzidos pelo Instituto Akatu serão veiculados junto com a programação audiovisual da Virada Sustentável em diversos pontos da cidade.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Bode na sala: uma conversa quente sobre consumo

Fonte: Revista Página 22

Como parte das discussões da Virada Sustentável, a revista Página 22 promove a palestra gratuita "Bode na sala: uma conversa quente sobre consumo", no dia 29 de agosto, das 10 às 13h, no Centro Cultural São Paulo. Para se inscrever, clique aqui.




quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Estados adotam meta de reduzir desmatamento em 80% até 2020


Declaração de Rio Branco, assinada por 13 estados brasileiros e estrangeiros, estabelece o compromisso de preservar as florestas, mas afirma que isso só será possível se os recursos necessários forem arrecadados



A capital do Acre está recebendo a oitava reunião anual da Força Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF), entidade que reúne 22 estados e províncias de sete países, e antes mesmo de o evento acabar um importante documento foi apresentado.

A Declaração de Rio Branco (que será disponibilizada na íntegra em breve no portal do GCF) propõe a meta de reduzir o desmatamento em 80% até 2020, desde que exista um financiamento - público ou através de mecanismos de mercado - de longo prazo para promover as ações essenciais para a preservação das florestas.

Treze estados já assinaram o documento, entre eles o Acre, mas espera-se que, até o fim do evento, nesta quinta-feira (14), mais membros do GFC se tornem signatários.

“A Declaração de Rio Branco surge como um chamado para que parceiros e comunidade internacional se mobilizem na busca por garantir que os recursos para os esforços de conservação e de melhora da condição de vida dos povos locais sejam levantados”, afirmou William Boyd, conselheiro do GCF.

“Os membros do GCF vêm de diferentes províncias e países, mas temos o mesmo objetivo: proteger as florestas e construir um futuro sustentável que melhore a vida de nossos cidadãos. Esse futuro é agora”, disse Teras Narang, governador de Kalimantan Central, na Indonésia.

Entre as formas de conseguir financiamento, a declaração aponta a importância do REDD+, mecanismo que remunera a redução de emissões de gases do efeito estufa através da preservação florestal.

Se for realmente cumprida a meta de 80% de redução no desmatamento, o GCF estima que quatro bilhões de toneladas métricas de CO2 equivalente deixem de ser emitidas até 2020.

“Sem alguma ação para reduzir as emissões do desmatamento das florestas tropicais, estaríamos perdendo um dos fatores essenciais para mitigar as mudanças climáticas. Acreditamos que uma iniciativa setorial de créditos de compensação para programas regionais, como o do Acre, é a próxima fronteira para o esquema de carbono da Califórnia”, destacou Mary Nichols, presidente do Air Resources Board, órgão que administra o mercado de carbono californiano.

“O Estado do Acre continuará a ser o centro dos esforços de resposta aos desafios da Amazônia e trabalhará em conjunto com seus parceiros do GCF para garantir a preservação do meio ambiente e o compromisso de uma agenda de desenvolvimento para o século XXI”, disse Tião Viana, governador do Acre.

A reunião do GCF também deverá aprovar a entrada de quatro novos membros, os estados mexicanos de Tabasco, Quintana Roo e Jalisco, e a província peruana do Amazonas.

Atualmente, mais de 20% das florestas tropicais estão em estados e províncias do GCF, incluindo 75% das florestas brasileiras, metade das florestas indonésias e 80% das peruanas.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Informação na hora da compra também move economia para produção mais sustentável

Fonte: Akatu

Por Ana Néca, da equipe Akatu

Além do incentivo a práticas empresariais socioecoeficientes, o estímulo ao consumidor para escolhas mais conscientes é crucial para negócios transformadores


Foto: Henrique Lian, do Instituto Ethos, Paulo Pianez, do Carrefour, Felipe Warken, da Conservas Linken, Dal Marcondes, da Envolverde, durante o debate no 4º Seminário Sebrae de Sustentabilidade/Crédito: Rodrigo Lorenzon

Como lidar com um consumidor mais consciente do impacto das suas escolhas e incentivar que as empresas busquem soluções que respondam a essas exigências, promovam bem-estar social e ambiental e ainda garantam retorno financeiro? Estes foram alguns dos aspectos sobre produção e consumo Sustentáveis debatidos durante o segundo dia do 4º Seminário Sebrae de Sustentabilidade, em Cuiabá (MT).

“Temos uma economia basicamente estruturada na aceleração do processo de extração de recursos, produção de bens e serviços, venda, consumo, uso e descarte”, afirmou Dal Marcondes, jornalista diretor da Envolverde e especialista em meio ambiente, ressaltando que, por conta disso, a discussão sobre modelos de produção e consumo mais sustentáveis é central para a transformação necessária do cenário dos negócios.

Segundo Henrique Lian, diretor de Comunicação e Relações Institucionais do Instituto Ethos, os principais obstáculos às empresas que pretendem incorporar práticas mais sustentáveis são a falta de subsídios para negócios de uma nova economia, a existência de incentivos e subsídios para atividades não alinhadas a práticas sustentáveis e o medo de perder mercado. “Uma empresa se move na direção da sustentabilidade quando isso se mostra viável do ponto de vista do negócio. Hoje temos que transformar problemas ambientais e sociais como oportunidades, para novos e melhores negócios”, destacou Lian.

“As adaptações tem que ser feitas desde já, porque no futuro não teremos escolha”, argumentou Felipe Warken, da fábrica de Conservas Linken, em Minas Gerais. Warken apresentou o caso de criação e gestão da sua empresa como destaque reconhecido pelo Prêmio Sebrae de Práticas Sustentáveis. A empresa surgiu no norte mineiro, incorporando práticas de logística reversa e embalagens retornáveis, incentivando a força de trabalho dos moradores da região e estimulando a produção local. “Temos contrato com 85 produtores de agricultura familiar. Nós incentivamos os produtores da região para garantir a subsistência do negócio deles e nosso. Quando você cria esse ambiente que consegue autonomia e se mantém, dificilmente você não terá sucesso”, comemora o microempresário.


Educação e informação para o consumo consciente


Para Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade do Grupo Carrefour Brasil, a informação direta ao consumidor é o principal gatilho para que ele mude de comportamento, forçando ainda as empresas a incorporarem práticas sustentáveis. “O Carrefour trabalha em parceria com o Instituto Akatu desenvolvendo mecanismos para que as pessoas façam escolhas mais conscientes”. Pianez indicou que o varejo tem papel importantíssimo nesse processo porque fala diretamente com o consumidor. Citou ainda que a rede de supermercados usa sua comunicação como veículo de educação para o consumo, apresentando informações sobre o que fazer com embalagens pós consumo, incentivando consumidores a fazerem planejamento de compras, elaborarem listas de compra para evitar desperdício e a manipular alimentos para aproveitamento integral. “A informação mais efetiva é a da gôndola, apresentada ao consumidor no momento da compra”, destacou Pianez.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

WiseWaste cria processos de reciclagem para grandes empresas

Fonte: PEGN

Negócio venceu Desafio Conte Sua História de PEGN no Festival de Empreendedorismo
 
Guilherme Brammer, da WiseWaste (Foto: Anna Carolina Negri)
Guilherme Brammer, da WiseWaste (Foto: Anna Carolina Negri)Guilherme Brammer, da WiseWaste (Foto: Anna Carolina Negri)
Os processos de reciclagem normalmente envolvem a transformação de latas de metal, garrafas de vidro e papel em produtos novos. No entanto, há uma série de produtos que podem ser reciclados, mas a maior parte das pessoas nem faz ideia. É na transformação de materiais sem processos de reciclagem conhecidos que atua a WiseWaste. Além da reciclagem, a empresa do paulistano Guilherme Brammer, 36 anos, abre espaço para que grandes empresas possam dar a seus produtos um destino diferente dos aterros sanitários. Em setembro, a empresa foi a vencedora do Desafio Conte Sua História, no Festival de Empreendedorismo (Festemp). Em troca, a empresa ganhou o direito de aparecer nas páginas da revista e do site de PEGN.

A WiseWaste surgiu em 2011, pelas mãos de Brammer e outro engenheiro, Chicko Sousa. Desde o começo de novembro, Brammer comprou a participação de seu sócio e passou a liderar a empresa sozinho. De acordo com Brammer, a vontade de inovar e acabar com o desperdício de uma série de materiais foram os fatores que levaram à criação da empresa.

A empresa tem uma série de processos de transformação sob demanda. Os trabalhos são propostos por empresas parceiras, que querem transformar determinado material, normalmente usado nas embalagens das próprias empresas. "Elas lançam o desafio e cabe a nós entregar soluções para aquele desperdício", diz Brammer.

Por exemplo, uma das empresas parceiras da WiseWaste é a Procter&Gamble (P&G), detentora da marca Oral-B. Um dos desafios propostos foi transformar as embalagens de creme dental em outros produtos. Cabe à WiseWaste conseguir o material, que pode ser de qualquer marca, não só da P&G. Depois, as embalagens são transformadas em uma resina termoplástica. Por sua vez, o material é usado na fabricação de outros produtos.
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Para produzir a resina, a WiseWaste também usa embalagens de shampoo e sabão, além de rótulos de refrigerante. O material é vendido a outras indústrias de transformação e vira a matéria-prima de prateleiras e cestas de supermercado, pallets para empilhadeiras e outras embalagens. Essa resina pode ser transformada até em instrumentos musicais – exatamente o que aconteceu em um projeto com a Contemporânea, produtora de instrumentos de percussão. Os clientes da WiseWaste são, sobretudo, de grande porte: a empresa tem como clientes companhias como BRF, Marfrig, Natura e Braskem.

CNPq privado – Como a WiseWaste lida com produtos sem processos de reciclagem conhecidos, a busca pela inovação faz parte da vida da empresa. Um dos aliados da WiseWaste na solução dos desafios propostos é o curso de engenharia de materiais da Universidade Presbiteriana Mackenzie. As duas partes assinaram um convênio, que permite que a WiseWaste use a produção acadêmica dos estudantes.

Em troca, os alunos recebem uma bolsa em dinheiro e ganham visibilidade. "No acordo, a WiseWaste funciona como um CNPq privado e garantimos que o trabalho seja aproveitado pelo mercado, porque já há a demanda das empresas parceiras", afirma Brammer, referindo-se à bolsa paga a estudantes pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, ligado ao governo federal.

Expansão – Segundo Brammer, a WiseWaste espera um faturamento de R$ 2,7 milhões neste ano, oriundo basicamente da venda da resina termoplástica. O valor é seis vezes maior que os R$ 450 mil ganhos no primeiro ano de atividade da empresa.

Para o ano que vem, a meta é faturar entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões. "Nos três anos seguintes, queremos chegar aos R$ 20 milhões de faturamento anual", diz o fundador da empresa.