Fonte: O Globo
RIO - "Cada vez que um internauta compartilha músicas ou fotos usando a nuvem, a demanda energética das gigantes da informática aumenta", alertou o Greenpeace no relatório “How clean is your cloud?” (O quanto limpa é sua nuvem?, em português). O levantamento avaliou 14 empresas de Tecnologia da Informação (TI) e mais de 80 datacenters, incluindo os de serviços prestados por gigantes como Amazon, Apple, Google e Facebook.
O resultado foi apresentado na terça-feira e mostra que Amazon, Microsoft e Apple tem apenas 13,5%, 13,9 e 15,3%, respectivamente, de sua energia limpa - gerada por outros meios que não sejam o carvão ou o material nuclear. IBM e Oracle apresentaram taxas de 12,1% e 7,1%.
Segundo o Greenpeace, grandes companhias de tecnologia ainda utilizam, em sua maioria, energia proveniente do carvão (que é extremamente poluente) ede origem nuclear. Ao crescer de forma acelerada, vão precisar de mais energia e "a má notícia é que muitas pretendem continuar usando energias sujas", diz o reltório.
A fim de evitar maiores emissões de gases estufa e um desastre climático, o Greenpace acredita que é necessário que tais empresas tomem medidas de incentivo à eficiência energética. "Google, Yahoo e Facebook já começaram a caminhar nessa direção, priorizando energias limpas", diz.
As empresas citadas apresentam boa parte de seus datacenters movidos a energia limpa: Yahoo com 56,4%, Google com 39,4% e Facebook com 36,4%. A Dell também aparece bem, com 56,3% de uso de energia limpa.
"O que o Greenpeace pede é que todas as empresas de TI abandonem as energias sujas e passem a incentivar seus fornecedores a fazer o mesmo", pede o grupo que afirma que as empresas devem ser mais transparentes.
Pensando em reverter a situação - o que o Greenpeace acredita ser possível - o grupo criou o site "Limpe o que há de mais sujo na internet" (greenpeace.org/limpenossanuvem), que sugere ao visitante enviar uma mensagem para Apple, Amazon e Microsoft pedido o uso de energia limpa.
"O Greenpeace dá início a uma campanha para que três das maiores proprietárias de datacenters no mundo tomem a mesma decisão que o Facebook e abandonem o carvão e a energia nuclear", diz a página.
A Amazon foi a única a receber nota "F" por sua política de fontes renováveis. A Apple recebeu nota "D" contra uma nota "A" do Facebook.
A fabricante do iPhone e fornecedora a iCloud disse que sua demana energética foi superestimada no relatório. Ao "The Guardian", a companhia rejeitou as acusações e disse que um novo centro de dados, que será construído na Carolina do Norte, vai produzir 20 megawatts em plena capacidade e fará com que 60% de sua energia tenha origem renovável.
A Amazon também se defendeu e disse que o relatório foi baseado em dados imprecisos e que acredita que a computação em nuvem é, naturalmente, mais ecológica que a computação tradicional. Em vez de cada empresa ter seu próprio datacenter, que serve apenas para ela, o Amazon Web Service (AWS) estaria as ajudando a poluir menos.
Segundo o Greenpeace, as informações sobre demanda energética de Apple a Amazon são estimadas. As empresas contestaram publicamente o relatório mas, segundo o grupo, não forneceram dados alternativos.
As companhias foram convidadas a apresentar dados mais precisos.
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