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domingo, 9 de março de 2014

"É necessário repensar a urbanização no século 21", afirma diretor executivo do ONU-Habitat

Fonte: Portal EcoD 

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Imagem: Reprodução/ONU-Habitat

Um futuro sustentável depende da forma como os países planejarem, construírem e gerirem suas cidades nos dias de hoje, somada a uma boa administração do espaço urbano. A afirmação foi feita por um grupo de especialistas reunidos na sede da ONU em Nova York, em evento de lançamento da iniciativa A cidade que precisamos.

O diretor executivo do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), Joan Clos, afirmou que “precisamos de uma cidade mais inclusiva socialmente, uma cidade mais eficiente, melhor organizada e resiliente, onde a dignidade de cada cidadão é respeitada”.

Clos ressaltou também que a participação de todos no debate sobre o espaço urbano é essencial uma vez que “se continuarmos a construir cidades de forma antiquada, estaremos plantando sementes para crises contínuas – de mudanças climáticas, desenvolvimento retardado, falta de integração e dignidade”.

A iniciativa “A cidade que precisamos” – uma parceira conjunta da sociedade civil e a ONU - faz parte das atividades preparatórias do  sétimo Fórum Urbano Mundial, que será realizado em abril, em Medellín, na Colômbia.

(Via ONU Brasil)

sexta-feira, 7 de março de 2014

A importância do ambiente para o diálogo social

Em seu quarto vídeo para a série "Papos Sustentáveis", o professor Eduardo Murad (UFF/Ibmec), um dos três autores do livro "Comunicação Organizacional Verde: Economia, Marketing Ambiental e Diálogo Social para a Sustentabilidade Corporativa", explica a importância do espaço em que o diálogo social se dá, já que o local gera significado e influencia comportamentos. Em sua fala, Murad ressalta ainda que nem sempre o ambiente da empresa é o mais adequado para interagir com as comunidades vizinhas e que é importante considerar também opções de espaços comunitários, como escolas publicas e praças, de forma que a variação dos locais de encontro possibilite que empresa e partes envolvidas conheçam melhor as realidades umas das outras.




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quarta-feira, 5 de março de 2014

Nemézio Amaral Filho explica o conceito de Coerência Discursiva

Neste vídeo, o professor Nemézio Amaral Filho (Ibmec), um dos três autores do livro "Comunicação Organizacional Verde: Economia, Marketing Ambiental e Diálogo Social para a Sustentabilidade Corporativa", explica o conceito de coerência discursiva - alinhamento entre o posicionamento de marketing e práticas de uma empresa para que realmente esteja no caminho da sustentabilidade - por meio do "Círculo Perfeito da Comunicação Organizacional Verde (CPCV)".


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segunda-feira, 3 de março de 2014

Emmanoel Boff aborda o tema Economia de Ambiental e menciona os cinco fatores necessários para o bom funcionamento do mercado

Em seu segundo vídeo para a série "Papos Sustentáveis", Emmanoel Boff (UFF), professor de economia e um dos três autores do livro "Comunicação Organizacional Verde: Economia, Marketing Ambiental e Diálogo Social para a Sustentabilidade Corporativa", aborda o tema Economia de Ambiental e menciona os cinco fatores necessários para o bom funcionamento do mercado.



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sábado, 1 de março de 2014

Fundo Clima financia projetos nas áreas de energia e ecossistemas


Podem participar universidades, institutos e fundações públicas, entes federados e organizações sem fins lucrativos.



Fundo Clima financia projetos nas áreas de energia e ecossistemasO Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC) lançou dois editais de chamada pública para desenvolvimento de projetos. O prazo para envio dos projetos é até 14 de março. Podem participar universidades, institutos e fundações públicas, entes federados (estados, Distrito Federal e municípios) e organizações sem fins lucrativos da sociedade civil brasileira.

O edital MMA/FNMC nº1/2014 é voltado para o incentivo à eficiência energética, desenvolvimento e aplicação de fontes de energia que produzam menos gases de efeito estufa na atmosfera. Serão selecionados projetos e estudos que desenvolvam o aproveitamento do biogás (produzido em aterros sanitários e dejetos da pecuária) e da energia solar como fontes alternativas de energia. Este edital enquadra-se na área de concentração nº 1 do Fundo Clima: desenvolvimento e difusão tecnológica.

Já o edital MMA/FNMC nº2/2014 é direcionado à recuperação, restauração e proteção de nascentes e ambientes naturais. Contemplará projetos que trabalhem a conservação e restauração de áreas naturais para a manutenção e o restabelecimentos de serviços ecossistêmicos. Este edital refere-se à área 4 do Fundo Clima: adaptação da sociedade e ecossistemas.

Os recursos do Fundo Clima serão aplicados em apoio financeiro reembolsável e não-reembolsável e em linhas de atuação previamente definidas por um Comitê Gestor que reúne instituições governamentais e não governamentais.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Papos Sustentáveis - RACOM - Eduardo Murad - #3

Em seu terceiro vídeo da série "Papos Sustentáveis", o professor Eduardo Murad explica a Rede Alternativa de Mobilização e Comunicação (RACOM) e ensina como essa importante ferramenta pode auxiliar empresas a se aproximarem das comunidades  outro stakeholders:




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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Exposição na Casa da Ciência discute sobre impactos do consumo no planeta

Fonte: UOL

Ambiente da exposição Nós do Mundo, na Casa da Ciência da UFRJ
Ambiente da exposição Nós do Mundo, na Casa da Ciência da UFRJ. Imagem: Bira Soares/FCC-UFRJ

Instalada na Casa da Ciência da UFRJ, em Botafogo, a exposição "Nós do Mundo" convida o público a refletir sobre a relação com o meio ambiente, discutindo sobre os impactos do consumo e as alternativas para a preservação do planeta. A entrada é gratuita.

Com painéis, vídeos e atividades interativas, a exposição traz à luz questões como consumismo exagerado, mudanças climáticas, desigualdades sociais e degradação ambiental, apresentando algumas soluções sustentáveis para o desenvolvimento.

O público pode interagir no "mercado" para descobrir o valor ambiental de produtos e alimentos, incentivando o consumo consciente. Nesse módulo, é explicado que é preciso consumir 135 litros de água para produzir um ovo, e 650 litros para fabricar um pão de forma.

Dados de um "Lixômetro" contabilizam o lixo produzido, diariamente, na cidade do Rio de Janeiro, desde a inauguração da exposição.

"Queremos que os visitantes reflitam sobre o nosso papel no cenário atual e em cenários mais sustentáveis, que já começam a surgir em diversos países. Queremos mostrar que o futuro é fruto das nossas escolhas de hoje", explica a curadora da exposição, Vanessa Guimarães.

Serviço


Exposição Nós Do Mundo
Quando:Até 30 de março de 2014. De terça a sexta, das 9h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 20h.
Onde: Casa da Ciência – Centro Cultural de Ciência e Tecnologia da UFRJ - Rua Lauro Müller, 3, Botafogo
Quanto: Entrada gratuita
Mais informações: (21) 2542-7494 ou www.casadaciencia.ufrj.br

domingo, 23 de fevereiro de 2014

De olho na mata: Google lança mapa do desmatamento em tempo real

Fonte: TechTudo

Por Tassia Moretz

O Google divulgou na última quinta-feira (20) o lançamento do Global Forest Watch, um novo mapa online que permite o acompanhamento da situação das florestas e do desmatamento no mundo todo via satélite e em tempo real, com navegação semelhante ao Google Maps.

O Global Forest Watch apresenta uma visão global e também por regiões específicas das florestas pelo mundo, inclusive do Brasil. É possível acompanhar a evolução do desmatamento no planeta por meio de uma linha do tempo que fica em uma barra no canto inferior da tela, que vai do ano 2000 ao ano de 2013 – em vermelho estão as áreas desmatadas; em azul estão as áreas reflorestadas e recuperadas.

Mapa
Mapa mostra situação global das florestas, do Global Forest Watch (Divulgação/Global Forest Watch) 

A partir do mapa é possível acompanhar as mudanças, a cobertura e o uso das florestas pelo globo, bem como encontrar áreas de conservação, aspectos populacionais e contextos históricos de áreas florestais.

Entre os recursos disponíveis no site estão a opção de selecionar a situação das florestas em países específicos. Ao clicar no Brasil, por exemplo, o usuário tem acesso a informações como o total em hectares da cobertura florestal; o que isso representa economicamente para o país; o número de pessoas empregadas no setor florestal; entre outros dados curiosos sobre a nossa Amazônia.

Mapa Brasil
Mapa mostra situação das florestas no Brasil, do Global Forest Watch (Divulgação/Global Forest Watch)
Há, ainda, uma seção de histórias com acontecimentos sobre as florestas pelo mundo, como o incêndio florestal em Minnesota, nos Estados Unidos, e os impactos da mineração que acontece no Vale de Huatanay, no Peru.


Brasil é um dos líderes em desmatamento 


Para quem quer se profundar no tema, o Global Forest Watch tem ainda um blog com artigos sobre as florestas, e uma base de dados técnicos divulgados por instituições acadêmicas, ONGs, agências governamentais, entre outros. Ao clicar no link “países”, é possível selecionar a opção “visão global”. Nesse tópico há um panorama das nações que têm a maior perda de cobertura florestal no período de 2001 a 2012.

Brasil
No Global Forest Watch, é possível ter acesso a dados específicos das florestas por país (Divulgação/Global Forest Watch)

O Brasil está no segundo lugar do ranking – com perda florestal de mais de 2,5 milhões de hectares em 2012 –, perdendo apenas para a Rússia, que desmatou mais de cinco milhões de hectares de florestas no mesmo ano. A Arábia Saudita está entre os que menos desmataram, com perda de apenas três hectares em 2012.

O sistema de monitoramento do Global Forest Watch foi criado pelo World Resources Institute, pelo Google, e por um grupo de mais de 40 parceiros, entre eles NASA, Esri, UNEP e Greenpeace.

Esses e outros dados – alguns disponíveis para download –, estão no site. O usuário pode fazer parte de uma comunidade, elaborar análises e enviar relatos locais sobre o desmatamento.

O mapa virtual é útil para pesquisadores, estudantes, jornalistas, governos, instituições financeiras, ONGs, e todos aqueles que se preocupam com a questão ambiental. Vale a pena navegar. Para conhecer o projeto acesso globalforestwatch.org.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Modelos baseados no cotidiano ajudam a entender mudança do clima


Por José Eduardo Mendonça 

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Foto: jah~/Creative Commons

Mais de 90% dos cientistas do clima no mundo concordam que ele está mudando em grande parte devido a emissões de CO2 causadas por atividades humanas. Há indicações de que as avaliações feitas pelo Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, são mais conservadoras que alarmistas, apesar de suas previsões perturbadoras em relação ao aquecimento global e suas consequências. Ainda assim, estes indicadores científicos de maior risco são acompanhados por um aparente declínio da percepção pública da situação.

E por que isto está acontecendo? Há muitas causas, e uma delas é a própria complexidade da ciência do clima, com teorias abstratas de difícil compreensão para o grande público.

É complicado entender o conceito da mudança do clima e seu impacto sobre o ambiente. Mas o estabelecimento de um território comum e o uso de modelos podem derrubar barreiras e apresentar a questão de maneira mais inteligível.

Em uma apresentação feita no encontro da Sociedade Americana Para o Avanço da Ciência, que terminou ontem, 17/02, a ecologista e modeladora da Universidade Estadual do Michigan, Laura Schmitt-Olabisi, mostrou como modelos dinâmicos de sistemas comunicam os desafios e as implicações das alterações climáticas, de forma eficaz.

“Temos necessidades de ferramentas que possam incentivar o diálogo através das fronteiras tradicionais, alcançando, além dos cientistas, os tomadores de decisão e o público em geral”, disse Schmitt-Olabisi. “Usando mapas, diagramas e modelos, todos os grupos envolvidos podem compartilhar informações para termos discussões que criem soluções possíveis”, afirmou.

Para entender os modelos de saúde urbana, ela e seus colegas entrevistaram planejadores, funcionários da saúde pública e gerenciadores de emergências. As entrevistas foram traduzidas em um modelo de computador junto com dados de secas atuais e passadas no Meio Oeste americano.

Schmitt-Olabisi descobriu que esta abordagem é uma ferramenta poderosa para iluminar áreas com problemas e identificar os melhores modos de ajudar populações vulneráveis, informa o site da universidade.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

As commodities ambientais e a financeirização da natureza. Entrevista especial com Amyra El Khalili

Fonte: Unisinos

Por Andriolli Costa

“A financeirização da natureza é a ação de tornar financeiro aquilo que é eminentemente econômico. Isso porque a melhora da qualidade de vida também é uma questão econômica”, propõe a economista.



Foto: teleport2001.ru
De acordo com o Ministério da Agricultura, durante o ano de 2013 o agronegócio brasileiro atingiu a cifra recorde de 99,9 bilhões de dólares em exportações. Soja, milho, cana ou carne ganham os mercados externos na forma de commodities: padronizadas, certificadas e atendendo a determinados critérios e valores regulados internacionalmente.

Para a economista Amyra El Khalili, no entanto, as monoculturas extensivas não deveriam ser a única alternativa de produção brasileira. A movimentação econômica envolvendo as commodities tradicionais exclui do processo os pequenos e médios produtores, extrativistas, ribeirinhos e as populações tradicionais. Sem grandes incentivos governamentais, sem investimento para atingir os elevados padrões de qualidade nacionais e internacionais ou capacidade produtiva para atingir os mercados, estes permanecem sempre à margem do sistema.

Foi com base no raciocínio da inclusão que a economista de origem palestina criou o conceito de commodity ambiental. Em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, ela aborda a polêmica dos créditos de carbono (uma “comoditização da poluição”), questiona o fornecimento de créditos por Redução de Emissões por Desmatamento (Redd) para o agronegócio e descreve o conceito inicial criado por ela. “Uma commodity tradicional é a matéria-prima extraída do ecossistema, que é manufaturada, padronizada por um critério internacional de exportação adotado entre transnacionais e governos”. Por outro lado, a commodity ambiental “também terá critérios de padronização, mas adotando valores socioambientais e um modelo econômico totalmente diferente”.

Khalili, que durante mais de 20 anos atuou como operadora de ouro no mercado financeiro, relata que o termo commodity é usado como uma provocação. O conceito está em permanente construção, mas atualmente representa o produto manufaturado pela comunidade de forma artesanal, integrada com o ecossistema e que não promove impacto ambiental. A commodity convencional privilegia a monocultura, a transgenia e a biologia sintética, com seus lucros concentrados nos grandes proprietários. A ambiental é pautada pela diversificação de produção, pela produção agroecológica e integrada, e privilegia o associativismo e o cooperativismo.

Amyra El Khalili é economista graduada pela Faculdade de Economia, Finanças e Administração de São Paulo. Atuou nos Mercados Futuros e de Capitais como operadora da bolsa, com uma carteira de clientes que ia do Banco Central do Brasil à Bombril S/A e ao Grupo Vicunha. Abandonou o mercado financeiro para investir seu tempo e energia no ativismo. É idealizadora do projeto da Bolsa Brasileira de Commodities Ambientais, fundadora do Movimento Mulheres pela P@Z e editora da Aliança RECOs (Redes de Cooperação Comunitária Sem Fronteiras). Khalili ministra cursos de extensão e MBA em diversas universidades, por meio de parcerias entre a rede, entidades locais e centros de pesquisa. É autora do e-book gratuito Commodities Ambientais em missão de paz - novo modelo econômico para a América Latina e o Caribe (São Paulo: Nova Consciência, 2009).

Confira a entrevista.


Foto: Clarinha Glock - IPS
IHU On-Line - Existe diferença entre comoditização da natureza e financeirização da natureza? Quais?

Amyra El Khalili – Existe, mas uma acaba interferindo na outra. A comoditização da natureza é transformar o bem comum em mercadoria. Ou seja, a água, que na linguagem jurídica é chamada de bem difuso, deixa de ser bem de uso público para ser privatizada, para se tornar mercadoria. A financeirização é diferente, é a ação de tornar financeiro aquilo que é eminentemente econômico.

Isso porque a melhora da qualidade de vida também é uma questão econômica. Uma região onde as pessoas conseguem conviver com a natureza e tem acesso à água limpa, por exemplo, oferece um custo financeiro melhor, onde você vive melhor e gasta menos. Isso também tem fundamento econômico.

IHU On-Line - No caso da financeirização da natureza, o que se encaixaria nessa descrição?

Amyra El Khalili - A nossa obrigação de pagar por serviços que a natureza nos faz de graça e que nunca foram contabilizados na economia, como sequestrar o carbono da natureza, por exemplo. As árvores sequestram o carbono naturalmente, mas para ter qualidade de ar daqui para frente é preciso pagar para respirar. Nessa lógica, aquele que respira precisa pagar pelo preço daquele que poluiu, enquanto este deixa de ser criminalizado e recebe flexibilidade para não ser multado.

IHU On-Line - Você foi a criadora do conceito de commodities ambientais, que é bem diferente da comoditização da natureza. Qual era a sua proposta inicial para o termo?

Amyra El Khalili – Uma commodity tradicional é a matéria-prima extraída do ecossistema, que é manufaturada, padronizada por um critério internacional de exportação adotado entre transnacionais e governos. Os pequenos e médios produtores, os extrativistas e ribeirinhos, entre outros, não participam dessas decisões. O ouro, minério, não é uma commodity enquanto está na terra, é um bem comum. Ele torna-se uma quando é transformado em barras, registrado em bancos, devidamente certificado com padrão de qualidade avaliado e adequado a normas de comercialização internacional.

A commodity ambiental também terá critérios de padronização, mas adotando valores socioambientais e um modelo econômico totalmente diferente. O conceito está em construção e debate permanente, mas hoje chegamos à seguinte conclusão: a commodity ambiental é o produto manufaturado pela comunidade de forma artesanal, integrada com o ecossistema e que não promove o impacto ambiental como ocorre na produção de commodities convencionais.

A convencional (soja, milho, café, etc.) é produzida com monocultura e a ambiental exige a diversificação da produção, respeitando os ciclos da natureza de acordo com as características de cada bioma. A convencional caminha para transgenia, para biologia sintética e geoengenharia; a outra caminha para a agroecologia, permacultura, agricultura alternativa e de subsistência, estimulando e valorizando as formas tradicionais de produção que herdamos de nossos antepassados. A convencional tende a concentrar o lucro nos grandes produtores, já a ambiental o divide em um modelo associativista e cooperativistas para atender a maior parte da população que foi excluída do outro modelo de produção e financiamento.

O Brasil concentra sua política agropecuária em cinco produtos da pauta de exportação (soja, cana, boi, pinus e eucaliptos). A comoditização convencional promove o desmatamento, que elimina a biodiversidade com a abertura das novas fronteiras agrícolas. Nós somos produtores de grãos, mas não existe apenas essa forma de geração de emprego e renda no campo. Quantas plantas nós temos no Brasil? Pense na capacidade da riqueza da nossa biodiversidade e o que nós poderíamos produzir com a diversificação. Doces, frutas, sucos, polpas, bolos, plantas medicinais, chás, condimentos, temperos, licores, bebidas, farinhas, cascas reprocessadas e vários produtos oriundos de pesquisas gastronômicas. Sem falar em artesanato, reaproveitamento de resíduos e reciclagem. O meio ambiente não é entrave para produzir, muito pelo contrário.

IHU On-Line - Como é possível transformar em commodity algo produzido de forma artesanal?

Amyra El Khalili – O termo é justamente uma provocação. Na commodity ambiental utilizamos critérios de padronização reavaliando os critérios adotados nas commodities tradicionais. Por isso cunhei o termo para explicar a “descomoditização”. No entanto, diferentemente das convencionais, os critérios de padronização podem ser discutidos, necessitam de intervenções de quem produz e podem ser modificados. Nas commodities ambientais, o excluído deve estar no topo deste triângulo, pois os povos das florestas, as minorias, as comunidades que manejam os ecossistemas é que devem decidir sobre esses contratos, critérios e gestão destes recursos, uma vez que a maior parte dos territórios lhes pertence por herança tradicional.

Com objetivo de estimular a organização social, cito um exemplo de comercialização associativista e cooperativista bem-sucedida. É o caso dos produtores de flores de Holambra (SP). Além de produzirem com controle e gestão adequados às suas necessidades, a força da produção coletiva e o padrão de qualidade fizeram com que o seu produto ganhasse espaço e reconhecimento nacional.

Hoje você vê flores de Holambra até na novela da Globo. Essa produção, porém, ainda está no padrão de commodities convencional, pois envolve o uso de agrotóxicos. Mesmo assim conseguiu adotar outro critério para decidir sobre a padronização, comercialização e precificação, libertando-se do sistema de monocultura. A produção de flores é diversificada, o que faz com que o preço se mantenha acima do custo de produção, auferindo uma margem de lucro para seus produtores.

Inspirados no exemplo de comercialização da Cooperativa Agrícola de Holambra com o sistema de Leilão de Flores (Veiling), desenvolvemos um projeto de comercialização das commodities ambientais, além de novos critérios integrados e participativos de padronização com associativismo. No entanto, o governo também precisa incentivar mais esse tipo de produção alternativa e comunitária. A Anvisa, por exemplo, exige normas de vigilância sanitária e padrões de industrialização que tornam inacessível para as mulheres de Campos dos Goytacazes colocarem suas goiabadas nos supermercados brasileiros (para além de sua cidade). Quem consegue chegar aos supermercados para vender um doce? Só a Nestlé, só as grandes empresas.

E o questionamento que está sendo feito é justamente esse. Abrir espaço para que pessoas como as produtoras de doces saiam da margem do sistema econômico. Que elas também possam colocar o seu doce na prateleira e este concorra com um doce industrializado, com um preço que seja compatível com sua capacidade de produção. Não é industrializar o doce de goiaba, mas manter um padrão artesanal de tradição da goiabada cascão. Se nós não tivermos critérios fitossanitários para trazer para dentro essa produção que é feita à margem do sistema, elas vão ser sempre espoliadas e não terão poder de decisão. O que se pretende é que se crie um mercado alternativo e que esse mercado tenha as mesmas condições, e que possam, sobretudo, decidir sobre como, quando e o que produzir.

IHU On-Line – O termo commodities ambientais é por vezes utilizado de maneira distorcida, como que fazendo referência às commodities tradicionais, mas aplicada a assuntos ambientais, como os créditos de carbono. De que modo foi feita essa apropriação?

Amyra El Khalili – Ele foi apropriado indevidamente pelos negociantes do mercado de carbono. Eles buscavam um termo diferente da expressão “créditos de carbono”, uma palavra que já denuncia um erro operacional. Afinal, se você quer reduzir a emissão, por que creditar permissões para emitir? Contadores, administradores de empresa e pessoas da área financeira não entendiam como se reduz emitindo um crédito que entra no balanço financeiro como ativo e não como passivo.

Como o nome créditos de carbono não estava caindo na graça de gente que entende do mercado, eles pegaram a expressão commodities ambientais para tentar justificar créditos de carbono. Porque na verdade estavam comoditizando a poluição e financeirizando-a. É o que consideramos prática de assédio conceitual sub-reptício: quando se apropriam das ideias alheias, esvaziam-nas em seu conteúdo original e preenchem-nas com conteúdo espúrio. É importante salientar que esse “modus operandi” está ocorrendo também com outras iniciativas e temas como a questão de gênero e étnicas. Bandeiras tão duramente conquistadas por anos de trabalho e que nos são tão caras.

IHU On-Line - Os defensores da Redução Certificada de Emissão promovida pelos Créditos de Carbono afirmam que apesar desse recurso oferecer aos países industrializados uma permissão para poluir, o governo estabelece um limite para estas transações. Você concorda com tal afirmação?

Amyra El Khalili – Esse controle tanto não é feito de maneira adequada, que desde 2012 há uma polêmica no parlamento europeu de grupos que exigem que a Comunidade Europeia retenha 900 milhões de permissões de emissão autorizadas após o mercado ter sido inundado por estas permissões (cap and trade). São permissões auferidas pelos órgãos governamentais que foram vendidas quando a cotação dos créditos de carbono estava em alta e agora caíram para quase zero.

Então na teoria pode ser muito bonito, mas entre a teoria e a prática há uma distância oceânica. Há também o seguinte: ainda que você tenha o controle regional, a partir do momento que um título desses vai ao mercado financeiro e pode ser trocado entre países e estados em um sistema globalizado, quem controla um sistema desses? Se internamente, com os nossos títulos, às vezes ocorrem fraudes e perda de controle tanto com a emissão quanto com as garantias, como se vai controlar algo que está migrando de um canto para outro? É praticamente impossível controlar volumes vultosos de um mercado intangível e de difícil mensuração.

IHU On-Line - A China e a Califórnia planejam utilizar os arrozais como fonte para créditos de carbono, o que levou a uma reação da comunidade ambiental com o movimento No-Redd Rice. Em que consiste o movimento e por que ele é contrário a este acordo?

Amyra El Khalili – O REDD, a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, é a compra de um título em créditos de carbono sobre uma área de floresta que deve ser preservada. Trata-se de mais um exemplo de financeirização da natureza, pois vincula a comunidade local a um contrato financeiro em que ela fica impedida de manejar a área por muitos anos, enquanto a outra parte do contrato continua produzindo e emitindo poluição do outro lado do mundo.

No caso do arroz com REDD, acontece o seguinte: com o entendimento de que uma floresta sequestra carbono, e que é possível emitir créditos de carbono sobre uma área preservada de floresta, o argumento é que a plantação também sequestra. O transgênico inclusive sequestra mais carbono do que a agricultura convencional, porque a transgenia promove o crescimento mais rápido da planta e acelera o ciclo do carbono. Então qualquer coisa que você plantar na monocultura intensiva, como a cana ou a soja, vai sequestrar carbono também. E, por isso, o agronegócio deseja emitir créditos de carbono também para a agricultura. Podemos dizer que não sequestra? Não, realmente sequestra, mas e quanto aos impactos ambientais?

O movimento internacional contra REDD com Arroz está se posicionando porque isso pressionará toda produção agropecuária mundial, colocando os médios e pequenos produtores, populações tradicionais, populações indígenas novamente reféns das transnacionais e dos impactos socioambientais que esse modelo econômico excludente está causando, além de afetar diretamente o direito à soberania alimentar dos povos, vinculando o modelo de produção à biotecnologia e com novos experimentos bio-geo-químicos.

IHU On-Line - O problema é que, se o crédito de carbono foi criado com o objetivo de diminuir os impactos ambientais, não se pode colocar sob uma monocultura que gera impactos da mesma forma a possibilidade de solução do problema, correto?

Amyra El Khalili – Exatamente. Outra coisa importante é que, mesmo com o conceito commodity ambiental estando em construção coletiva e permanentemente em discussão, hoje nós temos a certeza do que não é uma commodity ambiental. Elas não são transgênicas, nem podem ser produzidas com derivados da biotecnologia — como biologia sintética e geoengenharia. Não são monocultura, não podem se concentrar em grandes produtores, não causam doenças pelo uso de minerais cancerígenos (amianto), não usam produtos químicos, nem envolvem a poluição ou fatores que possam criar problemas de saúde pública, pois estes elementos geram enormes impactos ambientais e socioeconômicos.

A produção agrícola, como é feita hoje, incentiva o produtor a mudar sua produção conforme o valor pago pelo mercado. Então se a demanda for de goiaba, só se planta goiaba. Nas commodities ambientais, não. Não é o mercado, mas o ecossistema que tem o poder de determinar os limites da produção. Com a diversificação da produção, quando não é temporada de goiaba é a de caqui, se não for caqui na próxima safra tem pequi e na seguinte melancia. Se começarmos a interferir no ecossistema para manter a mesma monocultura durante os 365 dias do ano, vamos gerar um impacto gravíssimo.

IHU On-Line – O que é a água virtual e como esse conceito se encaixa na discussão de commodities?

Amyra El Khalili – A água virtual é a quantidade de água necessária para a produção das commodities que enviamos para exportação. No Oriente Médio, ou em outros países em crise de abastecimento, como não há água para a produção agrícola extensa a alternativa é importar alimento de outros países. Quando se está importando alimento, também se importa a água que este país investiu e que o outro deixou de gastar.

O que se defende na nossa linha de raciocínio é que, quando exportamos commodities tradicionais (soja, milho, boi, etc.), se pague esta água também. No entanto, não é paga nem a água, nem a energia ou o solo gasto para a produção daquela monocultura extensiva. A comoditização convencional, no modelo que temos no Brasil há 513 anos, é altamente consumidora de energia, de solo, de água e biodiversidade, e esse custo não está agregado ao preço da commodity. O produtor não recebe este valor, pois vende a soja pelo preço formado na Bolsa de Chicago. Quem compra commodity quer pagar barato, sempre vai pressionar para que este preço seja baixo.

IHU On-Line – Ainda sobre a água, se é na escassez dos recursos que estes passam a ser valorizados como mercadoria, quais as perspectivas de uma crise mundial no abastecimento hídrico?

Amyra El Khalili – Eu considero a questão hídrica a mais grave e mais emergencial no mundo. Sem água não há vida, ela é essencial para a sobrevivência do ser humano e de todos os seres vivos. A falta de água é morte imediata em qualquer circunstância. No Brasil não estamos livres do problema da água. Muita dessa água está sendo contaminada com despejo de efluentes, agrotóxicos, químicos e com a eminência da exploração de gás de xisto, por exemplo, onde a técnica usada para fraturar a rocha pode contaminar as águas subterrâneas.

Os pesquisadores e a mídia dão ênfase muito grande para as mudanças climáticas, que é a consequência, sem aprofundar a discussão sobre as causas. Dão destaque para o mercado de carbono como “a solução”, sem dar prioridade para a causa que é o binômio água e energia. O modelo energético adotado no mundo colabora para esses desequilíbrios climáticos, se não for o maior responsável entre todos os fatores. Nós somos totalmente dependentes de energia fóssil, e no Brasil temos um duplo uso da água: para produzir energia (hidrelétricas) e para produção agropecuária e industrial, além do consumo humano e de demais seres vivos.

E por que é necessário produzir tanta energia? Porque nosso padrão de consumo é altamente consumidor. Seguimos barrando rios e fazendo hidrelétricas, e quando barramos rios, matamos todo o ecossistema que é dependente do ciclo hidrológico. Caso o binômio água e energia seja resolvido, também será resolvido o problema da emissão de carbono. Quando se resolve a questão hídrica, recompomos as florestas, as matas ciliares, a biodiversidade. O fluxo de oxigênio no ambiente e a própria natureza trabalhará para reduzir a emissão de carbono. Se não atacarmos as causas ficaremos circulando em torno das consequências, sem encontrarmos uma solução real e eficiente para as presentes e futuras gerações.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Papos Sustentáveis - Marketing Verde - Nemézio Amaral Filho #2

Em seu segundo vídeo da série "Papos Sustentáveis", Nemézio Amaral Filho, um dos três autores do livro "Comunicação Organizacional Verde: Economia, Marketing Ambiental e Diálogo Social para a Sustentabilidade Corporativa" expõe casos em que, equivocadamente, acreditava-se que o conceito de marketing verde estava sendo aplicado. Neste vídeo, ele também apresenta soluções para que o verdadeiro marketing ambiental possa ser utilizado.



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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Relatório: Empresas não estão preparadas para crise de recursos naturais


Por Fabiano Ávila

Consultoria britânica Carbon Trust destaca que o mundo corporativo já entende que a água e outros bens naturais estão ficando cada vez mais escassos, mas salienta que ainda são poucas as que estão transformando seus modelos de negócios


Já há muito tempo é sabido que os recursos do planeta são finitos e que o desafio de se adequar a uma nova realidade de queda na oferta de matéria-prima e de possíveis interrupções na cadeia de suprimentos ficará cada vez maior.

Porém, essa conscientização, que já teria alcançado um nível alto entre as empresas, ainda não se traduziu em ações, e poucos são os líderes empresariais que estão enxergando a escassez de recursos como uma oportunidade e não uma crise.

Essa é uma das conclusões do relatório “Opportunities in a resource constrained world: How business is rising to the challenge” (algo como Oportunidades em um mundo de recursos escassos: Como os negócios estão enfrentando o desafio), divulgado na semana passada pela consultoria britânica Carbon Trust.

De acordo com o documento, existirá, por exemplo, uma lacuna de 40% entre as reservas de água disponíveis e a necessidade de consumo em 2030. Outros recursos, como certos minérios utilizados em produtos de alta tecnologia, ficarão escassos ainda antes, já em 2016.

“Para proteger nossa economia, nosso meio ambiente e os recursos disponíveis para as futuras gerações, precisamos que as empresas de hoje reconheçam a seriedade dessa ameaça e adaptem seus modelos de negócios”, afirmou Tom Delay, presidente da Carbon Trust.

A consultoria entrevistou 475 companhias de cinco países e constatou que 69% delas possuem algum tipo de programa de sustentabilidade. No entanto, 40% das pesquisadas classificaram seus esforços como “reativos”, ou seja, esperam o problema surgir e depois atuam para resolvê-lo. Para piorar, apenas 5% das empresas estão confiantes na qualidade de seus programas e se consideraram líderes em sustentabilidade.

“Nosso relatório mostra que as empresas que proativamente estão colocando a sustentabilidade em suas operações têm o potencial de valorizar seus negócios e reduzir a vulnerabilidade à escassez dos recursos”, explicou Delay.


Oportunidades


Apesar de criticar a lentidão do mundo corporativo em transformar seus modelos de negócio, a maior parte do relatório é dedicada às boas práticas já existentes e que podem servir de exemplo para quem quiser explorar as oportunidades de uma economia mais sustentável.

Uma das corporações citadas é a BT, uma das maiores empresas de comunicação do planeta, presente em 170 países. Através de programas de sustentabilidade, a BT conseguiu, desde 2011, reduzir as emissões de gases do efeito estufa de suas operações em 44% e de sua cadeia de fornecedores em 15%, e diminuiu em 40% a sua produção de resíduos. Ao mesmo tempo, registrou uma queda de 14% em seus custos operacionais.

Outro destaque é a Whitebread, maior cadeia de hotéis e restaurantes do Reino Unido, que emprega 43 mil pessoas e atende mais de 22 milhões de clientes por mês em 2.500 estabelecimentos.

Segundo a Carbon trust, a iniciativa “Good Together” (algo como Bons Juntos) da Whitebread promoveu a redução de 23% nas emissões, 22% no consumo de água e aumentou em 93% a reciclagem de resíduos. Mesmo com os investimentos necessários para realizar essas ações, os lucros da empresa em 2013 aumentaram 14%.

“Ao se diferenciarem da prática comum no mercado, as empresas mais sustentáveis conseguem aumentar sua competitividade e fortalecer sua marca”, afirma o relatório.

A Carbon Trust acredita que, ao buscarem ser mais eficientes, as companhias estão se posicionando de forma vantajosa em um planeta em que os recursos estão ficando escassos. Assim, podem tirar proveito das oportunidades que outras empresas não enxergam ou não têm condições de atender.

“A grande mensagem do relatório é que é benéfico de várias maneiras para as empresas se tornarem mais resilientes aos problemas ambientais e climáticos. Melhorar a eficiência no uso de recursos é bom para a reputação e se reflete de forma quase automática em ganhos reais”, concluiu Delay.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Comunicação Organiacional Verde planta sustentabilidade no Gandarela

Em 21 de dezembro de 2013, divulgamos a ação “Plante Uma Árvore”, realizada pela floricultura Ikebana Flores, por meio da qual foram plantadas mudas no pé da Serra do Gandarela, em Rio Acima (MG), como forma de sensibilizar a sociedade para a questão do desmatamento local. Para retribuir nossa adesão à campanha, a floricultura plantou uma mudinha em nosso nome! Gostaríamos de agradecer aos amigos da Ikebana Flores por esse gesto tão significativo. 



Esperamos que, assim como o projeto Comunicação Organizacional Verde, ela cresça forte e colabore para uma mudança de mentalidade. A sustentabilidade depende de todos nós!

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Ban KI-moon diz que modelo de prosperidade atual é insustentável

Fonte: Rádio ONU

Por Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

Secretário-Geral fez a declaração na abertura da reunião do Conselho Científico em Berlim; ele afirmou que o mundo precisa da ciência para compreender, proteger e usar os recursos do meio ambiente.


Ban Ki-moon discursa em Berlim. Foto: ONU/Mark Garten
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou nesta quinta-feira (06/02) que o modelo atual de prosperidade é insustentável.

Em discurso na abertura da reunião do Conselho Científico em Berlim, Alemanha, Ban disse que a atividade humana está tendo um impacto direto e mensurável nos sistemas de apoio à vida do planeta.

Ciência


O chefe da ONU declarou que o mundo precisa da ciência para compreender, proteger e usar os recursos do meio ambiente de forma inteligente.

O Secretário-Geral explicou que é necessário entender mais sobre as "forças demográficas e econômicas" em ação no mundo inteiro.

Além disso, Ban alertou que é preciso lidar com grandes questões incluindo a fome, a prevenção de desastres, o saneamento básico e a energia sustentável para todos.

Pensar e Agir


Ele disse que saber dos problemas não é suficiente, é necessário por em prática novas formas de pensar e agir.

Ban deixou claro que o mundo enfrenta uma multiplicidade de crises, riscos e vulnerabilidades. Segundo ele, esses problemas estão tão interligados que é praticamente impossível serem resolvidos por um único país.

Para o chefe da ONU, é necessária uma visão holística dos desafios para a criação de respostas integradas.

Ban afirmou que o Conselho integra os cientistas mais competentes do mundo. Eles vão fornecer as sugestões indispensáveis para que se possa fazer a "ponte" entre a ciência e as políticas para um desenvolvimento sustentável.

O Conselho Científico foi criado no ano passado e é formado por 26 cientistas de todo o mundo indicados pelo Secretário-Geral. O grupo tem um integrante lusófono. O especialista em meio ambiente, Carlos Nobre, secretário nacional para Políticas de Pesquisa e Desenvolvimento.

O Conselho tem como base a sede da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, em Paris.

Clique aqui para ouvir a matéria na rádio ONU acesse.

Professor Eduardo Murad explica a internalização da perspectiva dos stakeholders

Em seu segundo vídeo da série "Papos Sustentáveis" do canal Comunicação Organizacional Verde, o professor Eduardo Murad trata da necessidade de internalizar a perspectiva dos stakeholder às estratégias desenvolvidas pelas organizações para se relacionarem com os comunidades vizinhas e demais atores sociais locais.



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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Comunicação Organizacional Verde no Youtube

O projeto “Comunicação Organizacional Verde: Economia, Marketing Ambiental e Diálogo Social para a Sustentabilidade Corporativa” ganhou um canal no Youtube para tratar de temas abordados pelo livro de mesmo nome, como sustentabilidade, economia, comunicação, marketing e meio ambiente. E para inaugurar essa nova forma de interação com os leitores (agora também espectadores), postamos três vídeos sobre os temas marketing ambiental, economia verde e diálogo social, feitos respectivamente pelos autores Nemézio Amaral Filho, Eduardo Murad e Emmanoel Boff. Em breve, novos vídeos serão postados para que vocês possam comentar e fazer questionamentos. Fiquem conosco!









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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Que tal gelar a cervejinha com um cooler movido a energia solar?

Fonte: EcoD

O verão brasileiro está aí, cada vez mais efervescente, e os preços cobrados pelas barracas e quiosques nas praias costumam assustar muitos frequentadores, não é mesmo? Também por essa razão, algumas pessoas aderem aos coolers, aqueles compartimentos térmicos capazes de manter as bebidas geladas. Contudo, as latinhas ou garrafinhas precisam ser geladas com antecedência ou há a necessidade dos sacos de gelo.

Ao pensar nesses fatores, o empreendedor Ryan Mcgann decidiu criar um cooler que gelasse as bebidas de forma ambientalmente correta. O SolarCooler, que tem capacidade de refrigeração de até -10º Celsius, promete ser o primeiro freezer solar portátil. O compartimento tem capacidade para 40 litros ou 60 latinhas. Seu peso, todavia, chega a 22 quilos. O cooler conta com rodinhas e a tampa abriga um painel solar, que se destaca e gira para receber a luz do dia de forma mais adequada.

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Compartimento tem capacidade para 40 litros ou 60 latinhas
Imagem: Divulgação


Para quem não quer deixar de ficar conectado mesmo na praia, ele tem também uma entrada USB e uma de 12v, para poder carregar aparelhos celulares e caixinhas de som portáteis. 

A empresa de McGann afirma que destinará parte da verba e das unidades comercializadas para o transporte de vacinas na África.

"A maior parte do mundo não tem o luxo de ter um aparelho gerador de eletricidade ao alcance das mãos. Nós queremos prover isso aos países em desenvolvimento que com dificuldades que têm em transportar, por exemplos, medicamentos e produtos perecíveis", explicou o empreendedor em sua página no Indiegogo.

Por meio do sistema de crowdfunding (financiamento coletivo), Mcgann pretende arrecadar US$ 150 mil até o dia 24 de fevereiro para viabilizar o projeto.

E aí: você gostaria de levar um desses para a praia?

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Contenção do aquecimento global inclui redução de US$ 30 bi em investimentos em combustíveis fósseis

Fonte: EcoD

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Emissões precisão diminuir pelo menos 70% no período de 2010 e 2050.  Foto: petri_pomell


Embora muita gente ainda duvide da existência do aquecimento global, o fenômeno já registra um aumento de temperatura de 0,8º Celsius em relação a média, segundo estudos da Organização das Nações Unidas (ONU), o que tem causado o degelo no Ártico, inundações, secas e migrações forçadas em todo o mundo, só para citar alguns exemplos.

O mais recente relatório da ONU, que vazou para a imprensa na quarta-feira, 15 de janeiro, aponta que as emissões dos gases de efeito estufa (que aceleram o aquecimento global) precisarão diminuir pelo menos 70% no período de 2010 e 2050 para que a média do aumento de temperatura seja inferior a 2ºC. Do contrário, segundo os cientistas, os riscos de um colapso em nível mundial serão inevitáveis.

Para alcançar a meta de redução de emissão de gases nocivos estabelecida pela ONU, os governos precisarão extrair grandes quantidades dessas substâncias do ar, além de investir trilhões em energia limpa. 

O relatório da ONU sugere que técnicas de remoção de dióxido de carbono passem a ser empregadas na atmosfera. No entanto, essas tecnologias ainda estão em um nível de desenvolvimento considerado experimental. Entre os maiores projetos estão a reforma da usina Boundary Dam, no Canadá, que será capaz de capturar um milhão de toneladas de gases nocivos por ano, informou a Reuters.

Mas também seria necessário investir US$ 147 bilhões em energia limpa (solar, eólica e nuclear, por exemplo), além de reduzir o investimento em combustíveis fósseis em US$ 30 bilhões de dólares por ano.
A previsão da comunidade internacional é a de que os países só venham a acertar um acordo de redução das emissões de gases-estufa em 2015, durante a 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-21), que será realizada em Paris, na França.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Conservação e 'economia verde' são legados de Mendes

Fonte: BBC

Por Fábio Pontes

Fazenda Capatará. Foto: Fábio Pontes/ BBC Brasil
Acre deixou de liderar o desmatamento da Amazônia, mas grande parte da mata virou pasto


Vinte e cinco anos após a morte de Chico Mendes, seus herdeiros no Acre destacam a preservação da mata nativa como um avanço positivo no Estado, que aposta em políticas "verdes" para manter vivo o legado do líder seringueiro.

Mas a preservação ocorreu de forma desigual no Acre.  A região da cidade de Xapuri, onde Chico Mendes lutou contra a entrada do agronegócio, é atualmente a que mostra o maior impacto do avanço na criação de gado e plantio de grãos no Estado.  

A Reserva Extrativista Chico Mendes, com seus quase um milhão de hectares, é uma das última áreas de floresta mantida em pé na região.

De Rio Branco a Assis Brasil, na fronteira com Peru e Bolívia, quem trafega pela BR-317 se depara com fazendas a perder de vista.  Desde metade dos anos 2000, a cana-de-açúcar passou a se fazer presente na região do Alto Acre, no sul do Estado, composta por cinco municípios.  É nela onde se concentram 70% da floresta desmatada do Estado.

Indo para o outro lado do Acre, na parte mais ocidental da Amazônia brasileira, o impacto do agronegócio é bem menor.

O isolamento de quase 40 anos da região por conta da estrada sem pavimentação é apontado como uma das razões para a baixa ação humana.  É nela onde se concentram 88% da cobertura florestal acriana. 


Educação


Para Ângela Mendes, filha de Chico Mendes, a luta do líder seringueiro contra a destruição da floresta é um dos principais motivos para o Estado ainda contar com uma ampla floresta intacta.

"Graças ao empenho de meu pai de chamar a atenção do mundo para o que acontecia na Amazônia, o Acre tem 46% de seu território protegido por unidades de conservação", comenta ela.  "Saltamos dos maiores desmatadores do Brasil para sermos, 25 anos depois, o menor", compara.

Entre florestas públicas, parques, reservas e terras indígenas, o Estado possui 16 milhões de hectares como áreas naturais protegidas.

Para evitar mais desmatamento e o avanço do agronegócio, o Acre iniciou, em 1999, no governo de Jorge Viana (PT), uma política econômica que tinha como foco a exploração sustentável das riquezas naturais, visando colocar em prática as ideias defendidas por Chico Mendes.

Ângela Mendes acredita que os avanços na educação dos povos da floresta são um dos resultados positivos da política. 

"Somente na reserva Chico Mendes temos 52 escolas, algumas até com o ensino médio.  Em 25 anos foram mais de 18 mil pessoas alfabetizadas.  Se levarmos em consideração que até 1980 a grande maioria dos seringueiros e seus filhos era analfabeta, nós tivemos um grande avanço", diz.

Mas o economista da Universidade Federal do Acre (Ufac) Carlos Estevão observa que a alfabetização dos seringueiros produz o efeito de saída de seus filhos de dentro da floresta.

"Como eles passaram a estudar mais, se qualificar, muitos não querem viver no seringal e vão para as cidades.  É possível em algumas décadas a floresta estar despovoada", analisa Estevão.  


Recuperando o extrativismo


Do ponto de vista econômico, nos últimos 15 anos, desde a chegada do PT ao governo do Acre, o Estado tentou ressuscitar a economia extrativista. 

Uma das ações adotadas nesse sentido foi o manejo madeireiro com a concessão de grandes áreas de floresta para a exploração de madeira por empresas privadas, além de outros planos de manejo comunitário, feito pelos próprios moradores.

Com a borracha e a castanha-do-pará tendo pouca rentabilidade, o principal produto explorado passou a ser a madeira.

Números de 2012 do IBGE apontam que o Acre produziu 647 mil metros cúbicos de toras, com rendimento de R$ 47 milhões.  A borracha, por outro lado, teve produção de 327 toneladas, somando R$ 1,2 milhão.  A madeira é o segundo produto de exportação do Estado, atrás somente da carne de gado.

No entanto, analistas questionam se a estratégia adotada pelo governo acriano de fato tem trazido benefícios para a maior parte dos moradores da floresta.

"Um reduzidíssimo grupo de lideranças sindicais foi 'assimilada' pelo bloco de poder e obteve, sim, melhorias nas suas condições de vida via remunerações pela prestação de serviços", diz o sociólogo Elder Andrade de Paula, que esteve ao lado de Chico Mendes em seu movimento de resistência.

"Todavia, para a grande maioria que necessita viver de seu próprio trabalho nos campos e florestas, as carências fundamentais permanecem." 


'Economia verde'


Amigo de Chico Mendes e governador do Acre entre 1999 e 2006, o hoje senador Jorge Viana (PT) reconhece que problemas ainda existem, mas "não se pode negar que mudanças significativas ocorreram na vida dos povos da floresta". 

Viana considera que o conceito de floresta como ativo econômico foi concebido a partir da bandeira do líder seringueiro em defesa do extrativismo.

Para ele, o diferencial da militância de Chico não ocorreu só na defesa do "terra, pão e trabalho", mas pela necessidade de um desenvolvimento econômico diferenciado para a Amazônia.

"Até 1999, 100% da madeira explorada no Acre era de origem ilegal.  Agora 90% dela está certificada.  Estamos dando valor à nossa riqueza natural, precisamos deixar de olhar a floresta como empecilho e vê-la com propulsor do desenvolvimento", diz o senador.

Outro sinal de avanço da "economia verde" na terra do líder seringueiro é a venda de créditos de carbono, em troca da preservação da mata.  Até o fim de 2012, o Acre já tinha assegurado R$ 107 milhões.

Para Elder Andrade, contudo, estas políticas não resultaram na garantia de renda para quem está dentro das reservas, e a maioria dos moradores da floresta são cadastrados nos programas assistenciais do governo, incluindo o Bolsa Família.

"Jorge Viana ofereceu migalhas com a mão esquerda e com a direita impulsionou a espoliação em larga escala no Acre", afirma. 

sábado, 11 de janeiro de 2014

Cientistas criam bactéria que come o CO2 do ar


Micro-organismo criado em laboratório pode frear o aquecimento global - ou mergulhar a humanidade numa era glacial


Por Salvador Nogueira

Fulvio314 / Creative Commons 3.0
  
Ironicamente, a solução para o aquecimento global pode estar numa criatura que adora calor: a bactéria Pyrococcus furiosus, que vive dentro de vulcões submarinos onde a temperatura chega a 100 graus. Numa experiência feita pela Universidade da Geórgia, nos EUA, esse micróbio recebeu cinco genes de outra bactéria subaquática, a Metallosphaera sedula. E dessa mistura saiu uma criatura capaz de algo muito útil: alimentar-se de CO2.

Exatamente como as plantas (que absorvem luz e CO2), mas com uma vantagem: a bactéria é mais eficiente, ou seja, se multiplica mais rápido e absorve mais CO2 do ar. "Agora podemos retirar o gás diretamente da atmosfera, sem ter de esperar as plantas crescerem", diz o bioquímico Michael Adams, autor do estudo. Seria possível criar usinas de absorção de CO2, que cultivariam o micróbio em grande escala, para frear o aquecimento global. Depois de comer o gás, ele excreta ácido 3-hidroxipropiônico - que serve para fazer acrílico e é um dos compostos mais usados na indústria química.

Se a bactéria transgênica escapar e se reproduzir de forma descontrolada, poderia consumir CO2 em excesso e esfriar demais a atmosfera. Existe um mecanismo de segurança natural contra isso: ela só consegue comer o gás se a temperatura for de 70 graus (que seria mantida artificialmente nas usinas). Mas sempre existe a possibilidade de que a bactéria sofra uma mutação, supere esse bloqueio - e mergulhe a Terra numa nova era glacial. Talvez seja melhor deixar as plantas cuidando do CO2.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Estão abertas inscrições para prêmio de sustentabilidade da PepsiCo

Fonte> Blog Verde - O Globo

As inscrições para o prêmio Eco-Challenge, dado pela PepsiCo, empresa de alimentos e bebidas, se encarram no próximo dia 15. A iniciativa selecionará as ideias mais inovadoras ligadas à sustentabilidade. Jovens dos países da América Latina deverão mostrar, sozinhos ou em equipe, sua capacidade em desenvolver e implementar um projeto de negócio ou ideia que apoie o desenvolvimento sustentável de sua comunidade, país ou região. Para o candidato ou equipe que deseja se inscrever, basta ter entre 13 e 36 anos e não há necessidade de comprovação de nenhum grau de escolaridade. As inscrições para a premiação já estão abertas no site www.ticamericas.net. O vencedor embolsará R$ 5 mil. No ano passado, venceu a equipe Courrieros, que apresentou um projeto que teve como proposta oferecer serviço de entrega utilizando bicicletas na cidade de São Paulo.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Como identificar os falsos produtos sustentáveis

Fonte: Exame.com

Por Lygia Hayd


Nem sempre a consciência ambiental e as práticas sustentáveis mostradas nos rótulos dos produtos são verdadeiras. Veja os 6 pecados da armadilha chamada de Greenwashing


Cartaz sobre campanha Greenwashing
Cartaz sobre campanha Greenwashing: é preciso cuidado com as armadilhas dos falsos produtos eco-sustentáveis

São Paulo – Diante da crescente preocupação com a interferência do homem no meio ambiente, o mercado ecosustentável, em todas as suas formas, vem atraindo a atenção dos consumidores. O problema é que o crescimento não vem sendo aproveitado da maneira necessariamente devida por todas as empresas. Essa prática é conhecida como greenwashing.

O termo inglês se refere a falsos benefícios ambientais oferecidos por empresas de produtos ou serviços, uma espécie de máscara colocada nos rótulos para induzir a compra de forma enganosa. Como não cair neste erro? 

Foi pensando nisso que a TerraChoice criou um relatório dos pecados cometidos quando o assunto é greenwashing (veja lista abaixo), que funciona desde 2007 como um manual para se prevenir dessas práticas.

“Como o consumidor ficou muito sensibilizado com as questões ambientais e éticas, a forma como uma empresa gerencia seus impactos tornou-se um dos pontos que trazem reputação para a marca no mercado”, ressalta Natalia Pasishnyk, consultora sênior da Keyassociados.

Característricas genéricas como "verde", "natural", "sem produtos agrotóxicos” também podem ser utilizadas de maneira imprecisa.

“O falso sustentável pode ser reconhecido pela ausência de informações críveis no rótulo do produto, tais como ausência de selos de certificação de origem orgânica, comércio justo ou outra forma de rastrear a cadeia produtiva daquele bem", esclarece Clarissa Lins, sócio-fundadora da Catavento Consultoria em Gestão e Negócios em Sustentabilidade.

Outra forma de tentar enganar o consumidor é financiar ONGs com atividades ambientais para esconder que a marca promove impactos pesados, como desmatamento e poluição. Desta forma, as atenções se voltam para a boa prática, deixando as políticas incorretas em segundo plano. Em todos os casos, o marketing é a maneira mais fácil de induzir o consumidor ao erro.  

Veja abaixo as regras para não cair nas mentiras do mercado:


1. O custo ambiental camuflado

Ocorre quando a empresa até resolve um problema ambiental, mas a sua ação acaba acarretando outro problema, sendo necessária uma escolha do consumidor. Ou, mais grave, a marca prefere abordar uma questão ambiental em detrimento de outras muito mais sérias. “Por exemplo, uma indústria intensiva em poluição do ar fala que usa papel reciclado nos seus escritórios, mas evita falar dos principais impactos causados por sua atividade”, explica Natalia, da Keyassociados.


2. A falta de prova

De que adianta a empresa trazer afirmações ambientais que não têm respaldo de provas ou certificações? Em alguns casos, a empresa até reconhece seus principais impactos, porém de forma que não permite que o consumidor entenda o contexto e a escala do problema. “Aqui a marca informa que reduziu as emissões de gases de efeito estufa em 10 mil toneladas sem dizer o que isso representa de fato”, afirma Natalia.

Muitas empresas usam essa estratégia. É bastante fácil colocar uma palavra que remeta a algo ecosustentável. Mas se o termo não fizer sentido, de nada adianta usá-lo. Por exemplo, empregar a palavra “natural” pode se referir até ao urânio e ao mercúrio, que também são naturais, apesar de danosos. “Normalmente, esse pecado aparece para distrair a atenção do consumidor, usando algumas palavras genéricas que fazem sentido apenas em certos setores, como um "verde" vago”, diz Natalia. É preciso ter uma explicação junto com o termo usado.


4. Culto a falsos rótulos

Esse é um dos pecados mais usados pelos marketeiros. A marca cria uma falsa imagem dando a entender que aquele produto tem certificação como produto verde. Cuidado para não confundir um selo de certificação do programa ambiental da própria empresa com os que são feitos por entidades reconhecidas no mercado.


5. Irrelevância

Quando ler algo nos rótulos sobre um problema ambiental, sempre questione se a afirmação é realmente substancial. Não adianta alegar que um produto é isento de CFC quando isso já é proibido por lei, por exemplo.


6. O menor de dois males

Este pecado está divido em dois pontos: o pecado do “Menos Pior” aparece quando um produto de uma categoria que não tem benefícios ambientais se classifica como verde, caso dos cigarros orgânicos; já o pecado da mentira ocorre nos casos em que a empresa faz alegações ambientais falsas. “Geralmente os resultados informados não são verificáveis, ou seja, nenhuma terceira parte os classificou como válidos”, ressalta a consultora sênior da Keyassociados.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Consumo de água cai 75% após projeto de reuso em lavanderia de Cuiabá

Fonte: EcoD  

Fatura total de água baixou de R$ 14 mil para R$ 3.907,32


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Foto: slinky2000

Uma economia de dez mil reais. Esta foi a surpresa de Gustavo Malheiros, proprietário da Lavanderia Alba, em Cuiabá (MT), ao receber sua fatura de água no mês de novembro. Tendo a água como principal insumo de seu negócio, Gustavo viu sua competitividade ser reduzida por conta dos altos gastos mensais. “A empresa acabou ficando estagnada com o consumo elevado, o que me levou a buscar um parceiro para resolver a situação”, explicou ao Centro Sebrae de Sustentabilidade.

Foi então que o empresário procurou o Sebrae no MT e passou a receber o apoio do programa Sebraetec*. Com a consultoria da Água Pura, do Espírito Santo, ele iniciou a construção do projeto de reuso na lavanderia. A empresa passou por um período de ajuste de fornecedores, treinamento dos funcionários e adaptação, e durante este processo já pode ver resultados.

Antes do projeto:
Média de consumo água (abril a outubro/2013): 2430 m3
Média da fatura água: R$ 10 mil
Média fatura esgoto: R$ 4 mil
Total por mês: R$ 14 mil

Após implantação do projeto:
Consumo de água (novembro 2013): 566 m3
Fatura da água: R$ 2.604,88
Fatura esgoto: R$1.302,44
Total da fatura: R$ 3.907,32

Para Gustavo, um grande motivo para comemoração. “Tivemos um excelente impacto após a implantação do projeto. Foi uma força para a empresa voltar a crescer, e já houve, inclusive, um incremento no número de clientes”, comemorou.

O projeto, que finalizou sua fase de adaptação em novembro, já faz parte da rotina empresarial. Um grande sucesso para a empresa e para o meio ambiente.

*O programa Sebraetec (Serviços em Inovação e Tecnologia) é um instrumento do Sebrae que permite às empresas de qualquer setor econômico o acesso subsidiado a serviços em inovação e tecnologia, visando à melhoria de processos e produtos e/ou à introdução de inovações nas empresas e mercados. Mais informações no site