Este blog foi criado para apresentar ao público o livro “Comunicação Organizacional Verde: Economia, Marketing Ambiental e Diálogo Social para a Sustentabilidade Corporativa”, que em breve será lançado. Pela ótica desse projeto, também serão discutidos temas de grande relevância na atualidade, como sustentabilidade, meio ambiente, desenvolvimento, gestão de pessoas, processos e projetos, administração geral, cultura organizacional, orçamento público e planejamento estratégico.
O livro nasceu com a proposta interdisciplinar de, através dos conhecimentos de Economia, Marketing e Comunicação, lançar as bases do crescimento sustentável por meio do conceito de Comunicação Organizacional Verde. Não por acaso, o livro foi pensado por um economista, Emmanoel de Oliveira Boff, por um jornalista, Nemézio Clímico Amaral Filho, e por um publicitário, Eduardo Guerra Murad Ferreira, todos eles professores universitários que ministram disciplinas que fazem a interface entre suas áreas de formação e as questões ambientais.
Comunicação Organizacional Verde
O pensamento econômico normalmente trata do meio ambiente como sendo ou um repositório de matérias-primas para uso futuro ou como um obstáculo a um suposto crescimento econômico infinito. Foi apenas em meados do século XX que a interação entre meio ambiente e economia começou a ser estudada mais seriamente, principalmente devido aos efeitos do crescimento populacional exponencial da população humana da Terra –observado desde o final do século XVIII – e às consequências adversas que o modo de produção industrial causara tanto à saúde das pessoas quanto ao equilíbrio ambiental.
Embora esta preocupação recente dos economistas com o meio ambiente seja mais que bem-vinda, uma série de dúvidas permanece: como fazer a população alterar seu padrão de consumo em um mundo onde a propaganda incentiva justamente o consumismo? Como alterar o padrão de produção rumo a uma interação menos invasiva com o meio ambiente mas preservando a lucratividade dos negócios? Vários ramos diferentes do pensamento econômico – economia ambiental, economia ecológica e economia verde – possuem diferentes modos de lidar com esse problema. O que parece faltar a todas elas, contudo, é um olhar mais atento à especificidade do modo de produção e consumo humanos. No centro desta especificidade está o caráter simbólico da produção e do consumo.
É dentro deste arcabouço que um diálogo mais profundo entre a economia, a comunicação e o marketing pode frutificar. Enquanto economistas tradicionais compreendem o aspecto simbólico do consumo e da produção como fora do seu escopo de estudo, cada vez mais sua importância fica patente nas economias avançadas. Não se consome apenas uma casa ou um carro; não se produz apenas um brinquedo ou uma refeição: produz-se este tipo de refeição para este tipo de pessoa neste determinado lugar; constrói-se este tipo de casa também para este tipo de pessoa e lugar. Os aspectos físicos e simbólicos dos bens nunca foram tão colados e evidentes na contemporaneidade. E pode ser, com base nesta ligação que a comunicação e o marketing, que caminhos sejam mostrados para que cheguemos a um novo padrão de interação com o meio ambiente onde até mesmo essas palavras que ainda hoje usamos – "produção" e "consumo" – tornem-se reminiscências de um tempo onde a reciclagem, a partilha de bens e a interação sustentável com o meio ainda eram atividades pouco importantes na economia.
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