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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Queda da Bolsa aumenta procura por fundos de ações de empresas sustentáveis


Dados mostram que depósitos superam saques em R$ 266 milhões nos últimos 12 meses, enquanto fundos ligados ao Ibovespa perdem R$ 201 milhões


RIO – Em tempos de crise global e Ibovespa abaixo dos 48 mil pontos, o investidor parece estar dando mais valor a ações de empresas com práticas de gestão transparente e proteção ao acionista minoritário e ao meio ambiente. Os fundos que reúnem esses papéis acumulam captação líquida (depósitos menos retiradas) positiva de R$ 266,5 milhões, enquanto os indexados ao Ibovespa (índice que reúne as ações mais negociadas do pregão) registram captação negativa de R$ 201,89 milhões no período, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas do Mercado de Capitais (Anbima) até o último dia 24. Os fundos de governança/sustentabilidade estão perdendo menos, -3,59% em 12 meses, contra recuo de 15,54% dos fundos ligados ao Ibovespa no mesmo período.

— A diferença de performance mostra o amadurecimento das empresas nas questões ambientais — diz Sônia Favaretto. — Acabou o falso dilema de 'ou somos rentáveis ou somos sustentáveis'. O ISE reflete uma agenda de negócios.Em seus primeiros anos, explica a diretora de Sustentabilidade da Bovespa, Sônia Favaretto, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa seguiu mais rigorosamente a movimentação do índice geral; depois do auge da crise, em setembro de 2008, começou a descolar, positivamente.

Conselheiro do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Carlos Eduardo Lessa Brandão destaca que as empresas que adotem práticas sustentáveis, como as do ISE, vêm apresentando rentabilidade e menor volatilidade que as demais. Para ele, além da quantidade, a qualidade do retorno do investimento deve ser levada em consideração:

— É uma carteira que tende a ter riscos associados à atividade mais brandos do que as que não seguem tais práticas, é um retorno de maior qualidade. Temos percebido um maior interesse neste tipo de investimento e uma tendência de a sociedade e os investidores cobrarem mais das empresas um posicionamento claro em relação à sustentabilidade.

Menos de 30% das empresas da Bovespa têm relatório


O consultor Pedro Galdi, da SLW Corretora, afirma que o conceito de sustentabilidade é muito valorizado no exterior, porque indica eficiência em relação aos indicadores que podem impactar no desempenho futuro da empresa, como o uso de matérias-primas e o descarte de rejeitos industriais. No Brasil, segundo ele, os empresários já começam a demonstrar preocupação com este aspecto, mas a simples coleta de informações ainda é difícil.

Segundo levantamento feito pelo GLOBO nos dados do Formulário de Referência 2012 da Bovespa, das 426 empresas listadas, apenas 116 (27,2%) declararam possuir relatório de sustentabilidade ou similar; 163 (38,3%) não responderam e 147 (34,5%) justificaram a não existência do documento em suas práticas de governança.

— Em relação ao desempenho, o índice geral da Bovespa tem muito peso das commodities e de grandes empresas, como a Petrobras, e de muitas empresas que estão no próprio ISE e no Ibovespa, com pesos diferenciados.

Para Álvaro Bandeira, economista-chefe do grupo Órama, a preocupação com o meio ambiente deverá servir, cada vez mais, como diferencial na opção de investimentos.

— Entre duas empresas com as mesmas características, a vantagem costuma ser das empresas que mais buscam garantir as condições futuras do negócio, o que é evidenciado pela adoção dos critérios de sustentabilidade. Mas não é uma condição determinante, ainda — avalia.


Comentário por Comunicação Organizacional Verde


Mais empresas brasileiras precisam entender que promover maior transparência por meio de informações aos investidores e ao público geral sobre os riscos que correm/assumem, e dar a conhecer as políticas escolhidas para minimizar tais riscos com eficácia e efetividade, não é mais questão de escolha: trata-se de sobrevivência corporativa. Para isso, é importante melhorar os padrões de governança, em função do esclarecimento dos riscos assumidos, em acordo com os interesses dos acionistas alinhados à cultura da organização.

Isso tudo põe em relevo as melhores práticas de governança corporativa e mostra características estratégicas. Dessa forma, é possível identificar riscos e oportunidades, colabora na manutenção e criação de valor pela empresa, aumentando a probabilidade de longevidade de um projeto e, a um só tempo, auxiliando no desenvolvimento sustentável.

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