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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Curso Gaia Jovem abre a cabeça de estudantes para a sustentabilidade

Fonte: O Globo

Aulas destinadas a alunos de 14 a 20 anos ensinam sobre economia solidária, geração de energia, entre outros assuntos

José Pacheco, fundador da Escola da Ponte, e o economista Marcos Arruda serão alguns dos professores

Inscrições ficam abertas até 2 de setembro

MARINA COHEN 


O Gaia Jovem será o primeiro curso ministrado dentro da Estação Ecológica do NIMA, uma casa 100% sustentável
Foto: Renata Spolidoro / Divulgação PUC-Rio
O Gaia Jovem será o primeiro curso ministrado dentro da Estação Ecológica do NIMA, uma casa 100% sustentável. Foto: Renata Spolidoro / Divulgação PUC-Rio


RIO - Não é preciso ser um homem ou uma mulher de negócios bilionária para gerar um impacto positivo no planeta. O curso Gaia Jovem, promovido pelo Núcleo Interdisciplinar do Meio Ambiente da PUC-Rio (NIMA), pretende ensinar adolescentes e jovens adultos a construir uma “cultura da sustentabilidade”, que não engloba apenas ações que favorecem o meio ambiente, mas também a economia solidária, a geração e consumo consciente de energia e redes sociais.

As aulas rolam do dia 7 de setembro até 9 de novembro, na própria PUC, na Gávea, e são dividias em quatro módulos que abordam as dimensões social, econômica e ecológica da sustentabilidade. Segundo a advogada, Mariana Carvalho, uma das coordenadoras do programa, o curso se destina a quem está no fim do ensino fundamental, cursa o médio ou já se formou. A idade mínima para participar é de 14 anos.

- A geração atual já cresceu uma consciência ecológica, porém muitas vezes não sabe como aplicá-la. Eles querem salvar o mundo, mas acham que é preciso ter dinheiro para isso. O Gaia Jovem pretende abrir a cabeça desse pessoal para novas maneiras de se pensar a sustentabilidade. Há, por exemplo, muitas formas de se criar um empreendimento ou uma cadeia sustentável - diz Mariana Carvalho.

Essa será a primeira edição do Gaia Jovem, o braço mais moço do curso de liderança verde Educação Gaia, com selo da organização Global Ecovillage Educators for a Sustainable Earth (GEESE), presente em mais de 30 países. O currículo começou a ser desenhado durante a conferência Rio+20, no ano passado, e o Brasil foi o país escolhido para receber o projeto-piloto do programa. Por isso, quem conclui o curso ganha um certificado fornecido pela Organização das Nações Unidas. Segundo a coordenadora, as aulas podem ampliar as opções de carreiras a serem seguidas.

- Na escola, costumamos ouvir falar muito sobre as profissões mais tradicionais: medicina, direito, jornalismo. Mas há outras opções, que podem aliar a sustentabilidade com o retorno econômico. As aulas pretendem mostrar como o adolescente pode se conhecer melhor, para que ele faça uma escolha profissional realmente conectada com o que ele quer - afirma Mariana, ressaltando que o curso é feito para “jovens ativos”. - As aulas são mais práticas do que teóricas, com diversas dinâmicas de grupo. A intenção é que os alunos criem uma grande rede de jovens interessados em causar um impacto positivo do mundo.

Dentro das aulas teorico-práticas, ocorrem dinâmicas promovidas pelos educadores convidados, entre eles José Pacheco, fundador da inovadora Escola da Ponte, em Portugal; o economista Marcos Arruda; e o comunicador inglês Dominic Barter. A ideia é que os alunos aprendam através da experiência. Uma horta e a própria sala de aula são utilizadas em lições sobre agroflorestamento e bioconstrução. A feira de trocas é outro ponto alto do curso, estimulando os alunos a trocarem bens e serviços.

- Dessa forma, ampliamos a visão de negócios. Fora que toda a dinâmica é muito divertida - observa a advogada, que trabalha com educação ambiental. - Temos um lema no Gaia Jovem: só é sustentável o que é divertido.

Para selar o ciclo de aprendizagem, no último fim de semana do curso, os alunos fazem um estágio na pousada ecológica El Nagual, em Magé. Nela, colocam em prática o que aprenderam nos três meses de encontros.

Há uma grande chance de ações concretas saírem da sala de aula. Durante a realização do Educação Gaia em 2011, por exemplo, surgiram os embriões para as iniciativas Benfeitoria (plataforma de crowdfunding para financiar projetos transformadores) e Rio+ (que reúne soluções criativas para a cidade).

As aulas do Gaia Jovem ocorrerão aos sábados (oito, no total), das 10h às 18h, na recém-inaugurada Estação Ecológica do NIMA, uma casa 100% sustentável. As inscrições podem ser feitas até o dia 2 de setembro pelo email gaiajovem2013@gmail.com.

O curso custa R$ 1.000 à vista (com uma taxa de inscrição de R$ 100, que é deduzida do valor total). Já o estágio em Magé, de R$ 250, é pago por fora. O NIMA oferece, porém, 1- bolsas (cinco integrais + cinco parciais) para os interessados que não puderem pagar. Basta enviar um e-mail com o pedido de financiamento.

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