Fonte: Cebeds
Por Marcos Bicudo e Marina Grossi*
A essência da palavra líder permanece a mesma de séculos atrás. Como no passado, o líder de hoje deve reunir conhecimento e capacidade de influenciar grupos sociais para indicar o melhor caminho a ser seguido. Contudo, seja no âmbito local, nacional ou global, as atribuições do líder do século 21 são muito mais complexas em função do volume de demandas e de variáveis. Para vencer os obstáculos econômicos, sociais e ambientais nos próximos 40 anos - e atingir um estágio de sustentabilidade satisfatório na metade deste século -, precisamos formar líderes.
Eles terão como missão atuar com capacidade transformadora nos setores-chave da sociedade governos, empresas e organizações sociais e acadêmicas. Além de motivar o seu grupo para que aceite as mudanças, os líderes da sustentabilidade precisam ainda desenvolver a expertise de criar um ambiente de entendimento entre os diferentes setores da sociedade.
As empresas têm grande responsabilidade nesse processo, ou seja, conduzir o mundo para um modelo de desenvolvimento capaz de movimentar a atividade econômica, proporcionar oportunidade para todos e recuperar e manter o equilíbrio dos ecossistemas. Hoje, a agenda do crescimento econômico continua preponderando sobre a do desenvolvimento sustentável, como consumo e o esgotamento dos recursos naturais em ritmo exponencial. No setor privado, a visão de curto prazo se mantém em alta, apesar da clara percepção da sua inviabilidade e da queda nas taxas de retorno.
O economista indiano Pavan Sukhdev disse recentemente que "o caminho para a economia verde está nas corporações, na mudança no modelo de negócios das grandes indústrias, como as que dominam os setores energético e petroquímico".
Uma pesquisa feita em 24 países pela Ipso confirma a tese de Pavan.
Mais da metade do entrevistados - 63% - acreditam que as empresas podem conduzir as mudanças no mundo, enquanto os 37% restantes depositam suas esperanças nos políticos. No Brasil, 61% confiam no papel das corporações para implementar as mudanças.
Base para o planejamento estratégico de grandes corporações instaladas no país, o documento Visão Brasil 2050 - construído com a participação de mais de 400 especialistas e 70 empresas e lançado pelo CEBDS na Rio+20 - é subsídio para a tomada de decisão da liderança do setor empresarial e para o diálogo com os governos e a sociedade. Nesse contexto, a liderança tem papel essencial.
Nesse contexto, a liderança tem papel essencial, de fio condutor deste processo de mudança para um modelo de desenvolvimento mais sustentável. Nos países em desenvolvimento ou ainda não amadurecidos a importância destas lideranças se torna ainda maior em razão, principalmente, de seu potencial de crescimento e da criatividade das soluções que caracteriza as lideranças formadas aqui.
A Universidade de Cambridge percebeu essa demanda e traz para o Brasil, em parceria com o CEBDS, seu programa de referência na formação de lideranças, o Programa de Negócios e Sustentabilidade, que será ministrado de 25 a 28 de setembro, em São Paulo. O programa tem formado líderes empresariais na Europa e nos EUA e chega pela primeira vez à América Latina. Não obstante aos nossos sérios passivos ambientais e, sobretudo sociais, há grande expectativa de que poderemos nos transformar em protagonistas expressivos da economia verde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário