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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Com que roupa eu vou

Fonte: Página 22
Por Carol Nunes

Aplicativo disponibiliza informações sobre loja e marcas de roupas que combatem o trabalho escravo entre seus fornecedores


imagem_sitePara fazer escolhas mais conscientes, o consumidor precisa, pelo menos, ter opções e informações. Entretanto, no ramo do vestuário, ainda é difícil identificar quais marcas não têm mão de obra precária em sua cadeia de valor.

Para ajudar a preencher essa lacuna, a ONG Repórter Brasil lançou o aplicativo gratuito Moda Livre, disponível para smartphones com os sistemas operacionais Android e iOS. Ele traz ao público, de forma acessível, uma compilação de informações sobre os principais varejistas brasileiros de vestuário e as ações promovidas – ou não – por eles para evitar que suas peças sejam produzidas por mão de obra escrava. Em época de Natal e fartura de presentes, vale a pena consultar o aplicativo para compras mais conscientes e para incentivar as boas iniciativas que estão em andamento.

Cada empresa recebe uma pontuação que a classifica em três categorias: verde, amarelo e vermelho, correspondente a seus esforços para combater o trabalho escravo. A avaliação envolve informações de quatro indicadores – políticas, monitoramento, transparência e histórico – baseadas em dados públicos e um questionário ao qual as empresas foram convidadas a responder.

O objetivo é fazer o mapeamento das medidas concretas para combater o trabalho análogo ao escravo e fiscalizar fornecedores. Também é incluído na listagem um resumo do envolvimento das empresas em casos de mão de obra precária, de acordo com dados da justiça.

As empresas que não responderam ao questionário foram automaticamente incluídas na categoria vermelha, por não atenderem ao requisito da transparência. Leonardo Sakamoto, coordenador da Repórter Brasil, justifica que a ausência de respostas claras significa uma falta de compromisso com o consumidor. “Falamos muito de acesso à informação pública, mas nos esquecemos de exigir informação também de quem nos fornece produtos”, afirma.

A iniciativa se propõe a ser um mecanismo de controle social dos varejistas de vestuário, uma vez que todos os questionários ficam disponíveis na íntegra. “Não queremos criar bloqueios, e sim, ajudar o cidadão a se informar.” Sakamoto também alerta que os consumidores não podem ser responsabilizados pela falta de comprometimento dos varejistas com seus fornecedores: “Temos que desenvolver, cada vez mais, plataformas de acesso à informação sobre a produção e a partir daí poderemos cobrar mudanças de comportamento de consumo”.

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